quarta-feira, 26 de novembro de 2014
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Os Aspectos Psicomotores do Desenvolvimento Humano
Leni de Souza Barros
A capacidade que o indivíduo possui de movimentar-se é inata, como podemos perceber até mesmo no ventre materno, quando no exame de ultrassonografia revela uma criança com o dedo na boca, ou quando movimenta as pernas, os braços. Após o nascimento a evolução psicomotora é incrivelmente rápida, pois logo está virando a cabeça, levantando e abaixando as pernas, preensão com as mãos, virando o corpo para um lado e outro, depois sentando, engatinhando e andando.
O desenvolvimento psicomotor
contribui para a autonomia, independência, consciência do ser, do corpo e do
estar lançado no mundo. Esta consciência contribui para o reconhecimento e
pleno desenvolvimento do ego que irá perceber a realidade de maneira patológica
ou sadia.
A percepção do corpo nos
revela o eu filosófico, pois nos faz refletir sobre quem sou, para onde vou,
onde quero chegar, o que penso, como penso e por que penso, do que sou capaz.
Nesta perspectiva, a percepção do corpo em movimento pode contribuir para o
desenvolvimento intelectual do indivíduo levando em consideração todos os seus
aspectos internos (eu) e externos (do mundo), fazendo com que as descobertas
influenciem nas capacidades cognitivas. A partir desta análise, a estimulação dos
aspectos psicomotores, podem contribuir para o avanço das aprendizagens
escolares levando a criança a perceber o mundo em que vive e as capacidades de
seu corpo, revelando-lhe um universo de possibilidades e incentivando a
curiosidade para novos caminhos.
Os Aspectos Sensoriais do Desenvolvimento Humano
Leni de Souza Barros
Desde o nascimento todo ser já inicia o seu processo de desenvolvimento, aperfeiçoando suas características que mais tarde irá apropriar-se plenamente dos mesmos tornando-se independente e possuidor de condições internas e externas para garantir sua evolução contínua.
As competências sensoriais
revelam-se na capacidade total do indivíduo de se utilizar dos órgãos dos
sentidos: ver, sentir, ouvir, cheirar e degustar. Essa capacidade nos guia ao
aprendizado fazendo com que o mundo seja um campo repleto de estímulos que irão
nos despertar sempre para a descoberta de algo novo. Esta descoberta é o que
nos impulsiona para aprender, compreender, apropriar-se e adquirir novos conhecimentos.
Daí tamanha é a relevância dos órgãos dos sentidos para o desenvolvimento
humano.
Graças aos nossos sentidos
visão, audição, olfato, paladar e tato, conseguimos perceber tudo que se
encontra ao nosso redor e identificá-los. Imagine-se com a falta de qualquer um
deles. Seríamos incompletos, com algumas dificuldades relevantes para o
desenvolvimento de atividades básicas. Contudo, não nos damos conta da grande
contribuição desses sentidos para um desenvolvimento repleto de condições
propícias que nos facilitarão procedimentos posteriores.
A capacidade que possuímos
em utilizarmos dos órgãos dos sentidos, desde o nascimento, e como somos
estimulados para o seu desenvolvimento nos ajudarão a ser mais competentes ou
menos competentes para algumas atividades. Tomamos como exemplo um indivíduo
cego: automaticamente os outros sentidos, como audição, olfato e tato, serão
mais desenvolvidos devido a esta falha na visão. Assim, uma pessoa com todos os
seus sentidos, em perfeitas condições orgânicas, deveria ser capaz de
utilizá-los com a maior capacidade possível se for plenamente estimulado
durante a sua infância.
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Políticas Públicas e Educação
Políticas Públicas e Educação
Leni de Souza Barros
A
educação remete à figura da escola e a escola é uma instituição social, ou
seja, está dentro da sociedade. E tudo o que acontece na sociedade interfere na
escola, mas deveria ser o contrário, trabalhar na escola o que se pretende
obter em comportamentos na sociedade.
Para
tanto, segundo Pablo Gentili (2007), há que se fazer uma ressignificação da
educação para vislumbrarmos uma solução às questões da educação para todos. No
entanto, é necessário distinguir a educação da escolarização. Pois, letramento
não é educação. O que necessita é: a) Formar cidadãos responsáveis. Sendo que ser cidadão implica
na relação com a coisa pública, assumindo cada qual com as suas
responsabilidades no tocante ao seu papel ativo dentro da sociedade. Atualmente
há ideologia de individualização exacerbada que podemos caracterizar como uma
formação de idiotas (aqueles que apenas se preocupam com si próprios); b) Formar
consumidores inteligentes, capacitados para discernir o que realmente se deve
consumir ou que necessita realmente. Pois, os meios de comunicação nos dizem o
que devemos comprar, como devemos nos comportar, como devemos amar, exercem uma
influência direta sobre o ser humano. c) Formar trabalhadores competitivos
capazes de interferir na sua comunidade e sociedade. Mas, o que se percebe é
que a teoria é completa e bem elaborada, mas está longe da prática educativa.
Em vez de convergir, teoria-prática, se divergem.
Se
não entendermos o que se passa na sociedade, seguiremos com a ritualização, que
produz, segundo Cristina Coraz e Ignacio Lenkowitz, o que chamam de pedagogia
da burrice. A maior parte do aprendizado é 70% social e 30% pedagógico, ou
seja, educação e escolarização.
A
autora Katarina Tomazeviski (2004) escreve sobre “O assalto à educação”, que é
tirar da educação o que é própria da educação, a capacidade de formar seres
pensantes e críticos, cidadãos participativos que não se conformam com as
desigualdades sociais, com um sistema que culpa a pobreza pelos problemas
educativos.
Já
o autor Humberto Maturana questiona: O que é a educação? Retrata a educação como
uma tarefa central na configuração, formação e sentimento de pertencimento de
um país. Faz-nos refletir sobre o tipo de país que queremos, a convivência
que queremos, e que direito determina como fazemos a educação como país.
Sem uma política
pública não há uma educação que alcance o seu objetivo. As políticas públicas
incluem uma multiplicidade de disciplinas, como ciência administrativa ou como
gestão. Para entendermos sobre as políticas públicas precisamos falar de “poder
fático”, ou seja, o poder de quem impõe a ordem. Representa os empresários
comerciais, industriais, que exercem influência no poder político, o que se
pode perceber que antes se falava de política que sobrepunha à economia, mas
agora é economia que sobrepõe à política, porque a economia é que financia e
maneja a política. O que caracteriza uma triste constatação.
De que modo as
políticas públicas determinam: a política, as instituições e o Estado? Podemos
analisá-los da seguinte forma:
- Como Estado de
direito, que pode ser vista como uma ideologia ou liberalismo, ou ainda como
garantias individuais de liberdade. Formas de garantir a liberdade do cidadão
através do direito, que se manifesta nas leis, caracterizando-se pela
formalidade jurídica;
- Como Estado social de
direito, que se baseia não apenas na formalidade da lei, mas o Estado deve
realmente garantir o cumprimento efetivo dos direitos. Se reconhece que o
cidadão tem necessidades materiais que devem ser satisfeitas, não que a lei
digam mas está implícito. Por isso existem os subsídios para que as pessoas
possam ter o que necessitam (ex. bolsa família).
Podemos entender a
política pública como a ciência do Estado em ação, como um meio de
transformação da sociedade, para tanto é fundamental ter uma visão política. A
palavra política já implica em algo público e, se é público, implica em
sociedade, social, para todos. E, redefinir o papel do Estado e da sociedade,
devido ao fenômeno da mundialização ou globalização, cuja característica é a
incerteza, que causa impacto mundial, como o petróleo e os acordos que afetam o
desenvolvimento de cada Estado. Felizmente ou infelizmente, o Estado é um mal
necessário devido à organização social política de cada país, é inevitável. Necessitamos
do Estado para haver uma regulamentação, organização social e política, que
irão interferir em elementos centrais como as políticas públicas. Estas, por
sua vez, possuem características como: a) Implicação do governo (a que se
compromete o governo, quais suas prioridades, a ideologia do partido). b) Percepção
de problemas (como se percebe as questões sociais e porque se consideram
problemas. Ex.: a situação de pobreza, não percebe a pobreza como um problema
estrutural, alguns pensam que crianças pedindo dinheiro nos sinais de trânsito
é normal). c) Definições de objetivos (se deriva da percepção dos problemas, se
não identifica os problemas não têm objetivos ou elabora objetivos fora da
realidade). De que maneira quero solucionar os problemas. d) Definições de
processos (quem iremos atender com as políticas públicas? Programas de assistencialismo).
As Políticas públicas
também podem ser o campo do conhecimento que busca analisar a ação do governo,
sobre problemas sociais e não sociais, analisar e propor soluções para a
sociedade, ou seja, observar o governo em sua ação. Onde tem poucas políticas
públicas tem muito problema. É unir sempre o todo e as partes. Importa os
grupos, as ideologias, as pessoas, etc. Podemos caracterizá-las como: campo de
atividade governamental; propósito geral a ser realizado; situação social
desejada; proposta de ação específica; norma para determinada problemática.
Tendo como formas do tipo: institucional (secretarias, subsecretarias, setores)
quem manda em quem, pois precisa de organização; Decisória (precisa
permanentemente tomar decisões que provém de um desejo – do político, das
categorias, das comunidades); comportamental (política é um curso de ação e não
apenas um decisão singular); e causal, produto de uma ação, e do que não
fazemos.
Alguns tipos de
políticas públicas: a distributiva, regulatória (que são visíveis ao público),
a redistributiva, e a constitutiva (procedimentais).
Os ciclos das políticas
públicas podem ser: Agenda (trazer à tona discussões que antes estavam
adormecidas, têm coisas que vem para agenda, mas não se tornam políticas públicas.
Ex.: armamento, homofobia, pedofilia); Elaboração (elaborar leis que
regulamentam tais problemáticas); Formulação (as campanhas para acabar com o
analfabetismo no Brasil é um fracasso); Implementação (começa a implementar mas
não consegue dar acompanhamento e fazer uma avaliação. Precisa rever o curso de
ação); Acompanhamento; e, Avaliação.
As políticas públicas
são constrangidas porque depende de fatores de contexto, de suporte, políticos,
sociais, econômicos, estrutura de financiamento. São recursos para dar
cidadania às camadas mais pobres da população. Enquanto que, políticas sociais,
são formais mais ou menos institucionalizadas, tem como base o direito ou os
direitos adquiridos e é uma forma mais abrangente de proteção ao cidadão (ex.:
carteira assinada, FGTS, direito à saúde); ela promove, protege (ex.: aposentadoria)
tem medidas transversais como o papel da mulher na sociedade, a igualdade
racial, os idosos, etc.
O contexto mundial do
cenário educativo para entender quais as decisões mais importantes tomadas para
a educação na América Latina: A educação como uma decisão política. A Educação
se caracteriza por quatro processos: 1) A dimensão política: que é uma questão
ideológica, modelos de sociedade e de cidadania. Onde a ideologia tem como
finalidade um modelo de sociedade, que é formada de várias características, e
de pessoas. A política vem antes do pedagógico, porque é na política que se
decide sobre o que fazer no âmbito pedagógico; 2) Dimensão epistemológica:
conhecimentos disciplinares, pensar no curriculum (caráter científico). Antes,
os conhecimentos, de caráter científico, eram renovados a cada 150 anos, depois
se passou a cada 50 anos, hoje é a cada 5 anos e, existe uma previsão para
2020, que isto aconteça a cada 73 dias; 3) dimensão pedagógica: Como? Ensinar e
avaliar? Essa dimensão pedagógica é que faz a diferença na aula. Quais textos
escolares serão utilizados em sala de aula; 4) dimensão da prática educativa: a
educação percebida como um direito e não uma inversão, dever da sociedade e
direito do Estado.
De acordo com BETANCUR (2008), algumas reformas chave
devem ser definidas para haver uma transformação nas reformas educativas, desde
a década de 90 na América Latina. São elas: outorgar maior prioridade
governamental com o gasto educativo, pelo seu impacto no desenvolvimento
econômico e na redução da pobreza; promover a equidade na educação básica (sem
discriminação); autonomia financeira das instituições, apoiada em medidas tal
como custos compartilhados com a comunidade local.
O
Estado tem uma relação com o cidadão para garantir um nível mínimo de vida que
está relacionado com alimentação, moradia, saúde, educação, trabalho, etc. Este
é o marco do direito social. Mas há as crises do Estado de bem estar: redução
dos gastos públicos, onde as principais recomendações do novo gerenciamento
público são: finalidade, objetivos, indicadores e efetividade; recursos;
competência interna; estilos de gerenciamento; e disciplina no uso dos recursos
públicos.
Há que se pensar se: É
possível concertar as políticas educativas? Quando intervêm interesses,
ideologias, implica-se em consenso, acordo, em negociação. Não existe gestão
(isto implica em aplicar os conhecimentos), mas sim governabilidade educativa
(com os pais, com os alunos, com os professores que se caracterizam nos
distintos atores, assim como os políticos, autoridades educativas, docentes,
estudantes, tutores, etc.). Nem sempre as duas dimensões educativas se
articulam porque há uma tensão de caráter político e econômico.
A educação pública na
América Latina não se caracteriza por um pensamento político ou pedagógico
homogêneo, mas sim por distintos processos: congregação religiosa (CR), Estado
(E), mixta (CR – E). Em âmbito pedagógico, onde os conteúdos escolares se
caraterizavam por um forte contexto religioso, onde o trabalho e a disciplina
se sustentavam num credo religioso. Daí a formação de moral urbana que se
concretizou como uma conseqüência da negatividade da realidade rural, a
educação era destinada apenas para os moradores das cidades e concentrada na
elite.
Assim, podemos concluir que a
educação privada não existe. A educação é sempre pública porque tem sempre a
figura do Estado regulamentando, impondo suas condições. O que existe são
formas de gestão: estatal (pública – oficial) ou privada.
Nos últimos anos
aconteceram muitas implementações de políticas públicas educativas, mas estamos
longe de atingir um ideal para a realidade educativa brasileira, pois a
educação é a base de formação de seres críticos e pensantes para a construção
de uma nação forte, sólida e de grande potencial de desenvolvimento humano,
profissional e tecnológico. Há, ainda, muito o que se fazer no que tange como
saúde para o bem estar de todos; no saneamento básico como prevenção da saúde
pública; na moradia, para que ninguém tenha que viver nas ruas, abandonados; na
segurança devido ao grande movimento de êxodo rural para os grandes centros
populacionais; na criação de políticas públicas de assistência aos dependentes
químicos; nas políticas públicas de reforma agrária para uma melhor
distribuição das terras; nas políticas públicas que garantem o acesso à
educação superior a camada mais pobre da população, e muito mais.
Concordo plenamente com
Edgar Morim quando enfatiza que a reforma educativa só terá êxito se houver uma
reforma do pensamento. Não há mudanças exteriores quando a mudança tem que
acontecer internamente em primeiro lugar. Assim, temos que analisar nossa
cultura, o que somos, de onde viemos, o que queremos melhorar, para chegar a
alcançar o objetivo fundamental da educação.
Bibliografia:
BETANCUR, Nicolás. Las reformas educativas de los años noventa en
Argentina, Chile y Uruguay – Racionalidad Política, Impactos y Legados para la
Agenda Actual. Ediciones de la Banda Oriental. Montevideo. 2008.
GENTILI,
Pablo. Desencanto y Utopía – La
Educación en el Laberinto de los Nuevos Tiempos. Homo Sapiens Ediciones.
Rosario. 2007
ROTH DEUBBEL, André –Noel. Políticas
Públicas – Formulación, implementación y evaluación. Cómo elaborar las
políticas públicas – Quién decide – Cómo realizarlas – Quién gana o pierde.
Ediciones Aurora. Colombia. 2013.
O Neoliberalismo – por Antonio
Gasparetto Junior, em
http://pt.scribd.com/doc/11337/Neoliberalismo
pesquisa realizada em 17.01.14 – 19:33 hs.
TOMASEVSKI, Katarina. El Asalto a la Educación. Ediciones Octaedro.
Buenos Aires. 2004.
Modelo de Gestão Educativa
Modelo de Gestão Educativa
Leni de Souza Barros
Para definirmos um determinado modelo de gestão educativa precisamos,
primeiro, ter plenamente esclarecido o que é uma instituição educativa.
A instituição educativa surgiu a partir de uma
necessidade do ser humano que, vivendo em sociedade, percebeu-se quão
importante eram desenvolver os conhecimentos formais, quanto os conhecimentos
informais que são transmitidos pela família, cultura, costumes e o que se obtém
através da convivência social. É na instituição educativa que se promove, em
grande parte, a investigação, a dialética, os estudos científicos, além de
organizar e transmitir os conhecimentos de geração a geração. Sem as
instituições educativas o mundo seria mais frio, calculista, com seres mais
individualistas, egoístas, solitários, desorganizados e, podendo até, chegar ao
caos.
Como instituição educativa, entendo que é um lugar
onde fomenta o ensino e a aprendizagem, a busca e a construção do conhecimento,
a socialização e interação entre os indivíduos, o desenvolvimento cognitivo,
social e psicológico do ser humano, culminando em contribuir para formar uma
sociedade mais justa, com cidadãos críticos e pensantes, promovendo a igualdade
social, a inclusão, a conscientização e a evolução do ser humano enquanto ser
biológico, psicológico, social, apropriando-se cada vez mais das tecnologias à
partir das descobertas oriundas da curiosidade e do aprender a fazer.
Na atualidade vemos que é de extrema relevância a
manutenção e criação de instituições educativas devido ao grande crescimento
populacional, o que exige e impera mais organização, mais conscientização, para
vivermos em comunhão na sociedade. Não importa se a instituição educativa é de
ordem religiosa, governamental, organização não governamental (ONG) ou privada,
todas contribuem para uma evolução de pensamentos e ações que contribuirão para
o progresso, compreensão da vida e descobertas de novas tecnologias.
Uma instituição educativa precisa ser administrada não
como uma organização comum, pois seu papel é trabalhar com seres humanos, numa
transformação contínua de pensares e fazeres que interferem na vida do
indivíduo e da sociedade. Assim, o administrador tem que ser também, um gestor,
para que não perca o foco da ação educativa e de promoção do conhecimento que
se incumbe a instituição.
A seguir, veremos algumas concepções de autores sobre
a administração escolar e gestão educativa.
O autor José Carlos Libâneo (2001) concebe a administração escolar de
duas maneiras: a primeira, com enfoque científico-racional onde a organização
escolar é tomada como uma realidade objetiva, neutra, técnica, que funciona
racionalmente, fruto de um positivismo na revolução industrial; portanto, pode
ser planejada, organizada, controlada, manipulada, diretiva e excludente. Este
é o modelo mais comum onde adotam o organograma, a hierarquia de funções e é
visível a centralização das tomadas de decisões. Geralmente, a ordem vem de
cima para baixo, e quem está embaixo tem que obedecer.
A segunda maneira com que concebe a administração escolar é aquela que
agrega pessoas, ou seja, deixa prevalecer a interação sócio-política. Neste
sentido há uma participação ativa de pais, professores, alunos, docentes,
discentes e comunidade, numa ação crítica e reflexiva que viabiliza uma gestão
democrática na instituição. Portanto, mais humana, exploratória, utilizando de
todas as potencialidades e capacidades dos envolvidos na instituição para que
todos possam participar ativamente do processo educacional.
Já para Lucia Martínez Aguirre (2012), administração educativa e
gestão educativa não são sinônimos. A primeira, tem enfoque financeiro e de
serviços, tem como função planificar, desenhar, implementar um sistema
eficiente e eficaz para alcançar o objetivo final do ensino-aprendizagem e tem
como finalidade responsabilizar-se pelos resultados do sistema. Enquanto o
segundo, a gestão educativa, faz prevalecer a união, o gerenciamento
participativo, com um único objetivo “a educação”. Para a autora, a administração educativa utiliza um conjunto de
recursos orientados para alcançar metas, para concluir tarefas num todo
organizacional, metódico e calculista. Neste sentido, verifica-se uma forma
burocratizada, objetiva e com foco organizacional o que me parece afastar-se do
ponto de vista pedagógico que deve ter uma instituição educativa. No entanto,
uma instituição educativa bem administrada tem como potencial um crescimento
rápido e sólido devido à seriedade que lhe é empregada. A administração
educativa, neste caso, não se envolve nas questões pedagógicas educacionais,
mas sim com a contabilidade, consumo, material de subsistência, patrimonial,
predial e viabilidade de negócios.
Todavia, não menos importante, é a gestão educativa
que compreende a capacidade de administrar, gerir, gerenciar e coordenar
pedagogicamente programas, projetos, pessoas (com diferentes ideias, projetos,
desejos, expectativas), valorizando o indivíduo, não perdendo de vista o foco
ensino-aprendizagem, a missão e a visão institucional. Percebe-se que a gestão
educativa abrange todo o funcionamento da instituição e toda a administração
dos pólos que mantém o funcionamento global que é uma instituição educativa.
Visa a educação, a instituição, o ser humano, as questões financeiras, o
patrimônio, mas sempre se levando em conta a participatividade, o
companheirismo, a lealdade, a ética, a parceria, a amizade, a função da
educação.
Fazendo uma analogia, a instituição educativa é como
um corpo humano onde cada órgão necessita de outro para o seu pleno
desenvolvimento, onde um não funciona sem o outro. Assim é a instituição
educativa, necessita ser administrada (friamente), mas também, gerenciada de
forma mais humana e criativa, revendo todas as possibilidades, probabilidades,
analisando diariamente suas visões e missões para que todo o grupo possa estar
envolvido em seu sucesso. É necessário
que o administrador conheça as formas de pensamento e ação de seus
subordinados, em decorrência das dimensões culturais que formam a sua
personalidade enquanto pessoas e profissionais.
Um bom gestor de uma instituição educativa deve ser
alguém que possua características como liderança, coordenação, visão holística,
desinibido, estratégico, organização, cultura, criativo, capacidade de relação
interpessoal e social, habilidade em administrar seus sentimentos e emoções a
favor de seus projetos, ser ético e com consciência moral, prezando pela
justiça e visando um bem maior que é o de fazer prevalecer a harmonia e o pleno
curso das atividades em andamento na instituição.
Para Lück (2009), ao diretor escolar compete adotar
uma orientação voltada para o desempenho das competências desse trabalho. Para
ela o primeiro passo é ter uma visão abrangente do seu trabalho e do conjunto
de competências necessárias para o pleno desempenho de suas atividades. O
profissional da gestão escolar precisa definir uma lista específica de
competências para poder avaliar diariamente o seu desempenho, como uma estratégia
de automonitoramento e avaliação.
As competências que a autora se refere são de organização que dizem respeito a todas aquelas que tenham por objetivo a qualificação, a
delegação, a administração financeira, controle e a retroalimentação do
trabalho a ser realizado. Enquanto que as competências de implementação são aquelas desempenhadas com a finalidade
de promover, diretamente, mudanças e transformações no contexto escolar e
envolvem a gestão democrática e participativa, a gestão de pessoas, a gestão
pedagógica, a gestão administrativa, a gestão da cultura escolar e a gestão do
cotidiano escolar, com foco direto na promoção da aprendizagem e formação dos
alunos, com qualidade social.
De acordo com o Centro Lasallista de Formación (2012) a
gestão educativa é dividida em dimensões: dimensão administrativa financeira,
organizativa operacional, comunitária, de convivência e dimensão sistêmica. O
que demonstra o quanto engloba a especificidade do trabalho do gestor
educativo. Há uma visão holística da realidade, ou seja, percebe a realidade como
uma totalidade de integração entre o todo e as partes, mas compreendendo
diferentemente a dinâmica e os processos dessa integração.
Concluímos que um bom administrador deve ser um bom
gestor, assim como o gestor deve ser um bom administrador da instituição
educativa, pois as duas funções se integram para que haja um bom
desenvolvimento das atividades dentro de uma instituição educativa, visando,
principalmente, o ser humano com todas as suas diferenças e qualificações
específicas e individualidades que caracterizam o ser como único.
Como doutorandos, concebo está análise de extrema
relevância para que nosso futuro seja pautado em ações que privilegiem a ética
e a moral, o ser humano, como pessoa, e em sociedade, fazendo da gestão educativa
um modo de transformar realidades para um bem comum.
Bibliografia
AGUIRRE, Lucia M. Administración Educativa. Red T. Milleniun. 1ª Ed. 2012.
Gestión y liderazgo
en educación, Centro Lasallista de Formación. Diplomado: Liderazgo en la Institución Educativa
Lasallista. Y en: pesquisa en 09.01.14,
http://www.slideshare.net/omarhrojas/gestion-escolar
LIBÂNEO, José
Carlos. “O sistema de organização e gestão da escola” In: LIBÂNEO, José Carlos.
Organização e Gestão da Escola - teoria e prática. 4ª ed. Goiânia: Alternativa,
2001.
Instituição Educativa, Administração e Gestão Educativa
Instituição Educativa, Administração e
Gestão Educativa
Leni de Souza Barros
A conceitualização dos termos Instituição Educativa,
Administração e Gestão Educativa nos auxiliam na compreensão da função do
doutorando que, por sua vez, irá atuar em instituições educativas, na função de
gestor educativo, mas com tarefas, também, em administrar. Para tanto, faz-se
necessário diferenciar estes termos.
Como instituição educativa, entendo como um lugar onde
fomenta o ensino e a aprendizagem, a busca e a construção do conhecimento, a
socialização e interação entre os indivíduos, o desenvolvimento social e
psicológico do ser humano, culminando em contribuir para formar uma sociedade
mais justa, com cidadãos críticos e pensantes, promovendo a igualdade social, a
inclusão, a conscientização e a evolução do ser humano enquanto ser biológico,
psicológico, social, apropriando-se cada vez mais das tecnologias à partir das
descobertas oriundas da curiosidade e do aprender a fazer.
A instituição educativa surgiu a partir de uma
necessidade do ser humano que, vivendo em sociedade, percebeu-se quão
importante eram desenvolver os conhecimentos formais, quanto os conhecimentos
informais que são transmitidos pela família, cultura, costumes e o que se obtém
através da convivência social. É nela que se promove, em grande parte, a
investigação, a dialética, os estudos científicos, além de organizar e
transmitir os conhecimentos de geração a geração. Sem as instituições
educativas o mundo seria mais frio, calculista, com seres mais individualistas,
egoístas e solitários.
Na atualidade vemos que é de extrema relevância a
manutenção e criação de instituições educativas devido ao grande crescimento
populacional, o que exige e impera mais organização, mais conscientização, para
vivermos em comunhão na sociedade. Não importa se a instituição educativa é de
ordem religiosa, governamental, organização não governamental (ONG) ou privada,
todas contribuem para uma evolução de pensamentos e ações que contribuirão para
o progresso, compreensão da vida e descobertas de novas tecnologias.
Tomamos como exemplo algumas instituições educativas
religiosas como Escola Adventista e PUC Pontifícia Universidade Católica, que
apesar de cunho religioso buscam promover a educação, o ensino e a
aprendizagem.
Toda instituição educativa necessita de uma
administração, pois não acontecerá um bom desenvolvimento se não houver
planejamento, implementação de estratégias para alcançar os objetivos
almejados. Assim como, administrar os recursos necessários para a manutenção da
instituição educativa e buscar melhorias tanto humanas, como tecnológicas e/ou
funcionais, também é necessário uma gestão administrativa, que engloba todas as
funções da administração.
Para a autora Lucia Martínez Aguirre (2012) a
administração educativa utiliza um conjunto
de recursos orientados para alcançar metas, para concluir tarefas num todo
organizacional. Neste sentido, verifica-se uma forma burocratizada, objetiva e
com foco organizacional o que me parece afastar-se do ponto de vista pedagógico
que deve ter uma instituição educativa. No entanto, uma instituição educativa
bem administrada tem como potencial um crescimento rápido e sólido devido à
seriedade como é empregada. Como exemplo, a Faculdade UNEOURO, em Ouro Preto do
Oeste/RO, que há poucos anos iniciou seus trabalhos com apenas um curso (com 10
alunos) e hoje conta com 5 cursos e quase mil alunos, um sucesso de
administração.
Todavia, não menos importante, é a gestão educativa
que compreende a capacidade de administrar, gerir, gerenciar e coordenar
pedagogicamente programas, projetos, pessoas, não perdendo de vista o foco
ensino-aprendizagem, a missão e a visão institucional. Percebe-se que a gestão
educativa abrange todo o funcionamento da instituição e toda a administração
dos pólos que mantém o funcionamento global que é uma instituição educativa.
Fazendo uma analogia, a instituição educativa é como
um corpo humano onde cada órgão necessita de outro para o seu pleno
desenvolvimento, onde um não funciona sem o outro.
Um bom gestor de uma instituição educativa deve ser alguém
que possua características como liderança, coordenação, visão holística,
desinibido, estratégico, organização, cultura, criativo, capacidade de relação
interpessoal e social, habilidade em administrar seus sentimentos e emoções a
favor de seus projetos, ser ético e com consciência moral, prezando pela
justiça e visando um bem maior que é o de fazer prevalecer a harmonia e o pleno
curso das atividades em andamento na instituição.
De acordo com o Centro Lasallista de Formación a
gestão educativa é dividida em dimensões: dimensão administrativa financeira,
organizativa operacional, comunitária, de convivência e dimensão sistêmica. O
que demonstra o quanto engloba a especificidade do trabalho do gestor
educativo.
Um administrador deve ser um bom gestor, assim como o
gestor deve ser um bom administrador da instituição educativa.
Bibliografia
Aguirre, Lucia M. Administración Educativa. Red T. Milleniun. 1ª Ed. 2012.
Gestión y liderazgo
en educación, Centro Lasallista de Formación. Diplomado: Liderazgo en la Institución Educativa
Lasallista. Y en
http://www.slideshare.net/omarhrojas/gestion-escolar
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