BIBLIOGRAFIA
PAIN, Sara. Diagnóstico e tratamento
dos
problemas de aprendizagem. Trad. De Ana Maria
Netto Machado. Porto Alegre,
Artes Médicas, 1985.
DIAGNÓSTICO
E TRATAMENTO DOS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM
Pág. 55
OLIGOFRENIA –
- déficit cognitivo com compromisso orgânico
secundário ou genético;
- aparece com um rendimento menos disperso, com um
esforço acentuado de acomodação e melhor familiarização;
- modalidades do pensamento oligofrênico:
estereotipia, viscosidade, rigidez;
- dependendo do tratamento dado pelos pais, o
oligofrênico pode apresentar carência, características psicóticas e de
transtornos adicionais na aprendizagem;
OLIGOTIMIA –
- embora apresente eventualmente compromisso
neurológico ou metabólico, justifica-se mais por uma disfunção egóica;
- se apresenta com uma tendência marcadamente
egocêntrica, com predominância da assimilação, em função do que o vocabulário
pode ser muito mais rico e muito mais confuso do que no oligofrênico do mesmo
nível;
- apresenta maiores recursos, mas os instrumenta menos
ou de maneira pior do que o oligofrênico.
Nem todo déficit da inteligência acarreta um problema
de aprendizagem;
Há casos bem compensados nos quais a criança aproveita
todas as possibilidades viáveis para ela de acordo com seu QI;
Quando o déficit da inteligência não limita a
aprendizagem aparece um rendimento melhor nas provas verbais de acumulação sem
organização, sempre dentro dos limites que o QI do sujeito determina;
Pág. 56
CATEGORIAS DOS
PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM
Debilidade Mental –
- geralmente, QI 75, especialmente as de treinamento;
- frequentemente, de origem genética e, eventualmente,
de origem orgânica secundária (seqüelas pós-encefalites, meningo-encefalites,
etc.), QI 50;
- essas crianças recorrem sempre aos índices perceptivos;
- nestes casos indica-se um tratamento psicopedagógico
clínico cooperativo e centrado no estímulo;
Pág. 57
Rendimento Limítrofe –
- caracterizado por uma considerável dispersão nos
resultados;
- QI 80 ou até o percentil 15;
- estruturas cognitivas instáveis e submetidas a
regressões bruscas;
- quadro neurológico concomitantes de ansiedade e
hipercinesia;
Normal Baixo –
- podem obter um QI igual ao limítrofe (85), mas
observa-se uma maior homogeneidade na aplicação das estruturas construídas, que
costumam ser sólidas;
- justifica-se por hipo-estimulação ou de
personalidade, especialmente no que tange ao vínculo do sujeito com a
realidade;
- trata-se de um quadro muito sensível ao tratamento
psicopedagógico e de bom prognóstico.
Normal –
- é o que obtém um QI entre 90 e 110;
- um sujeito normal oscila dentro de uma margem de
maturidade, mas de acordo com cada oportunidade particular;
Normal Superior –
- é o inteligente. Não há precocidade na aquisição das
estruturas;
- o problema de aprendizagem destas crianças surge de
uma má inserção escolar e de um predomínio na assimilação;
- geralmente acusam um rendimento verbal inusual, que
costuma elevar indevidamente o QI.
Superdotados –
- QI superior a 130;
- quando apresentam problemas de aprendizagem mostram
grande precocidade na aquisição de estruturas;
- apresentam carência na necessária acumulação da
experiência no estágio anterior;
- há déficit lúdico, ou seja, dificuldade na
organização da soma de dados;
- contam com muitas possibilidades, mas com poucos
recursos.
Pág.
58
Índices
da disposição do sujeito nas relações humanas:
- Disposto, distraído, atento, interessado,
indiferente, apático, etc;
- Ritmo e gestos que imprime à sua atividade.
Pág. 58
Ações
esteriotipadas que podem ocorrer:




Pág. 59
Psicodiagnóstico:
Primeiro,
determinar o estágio em que a criança opera, as estruturas já elaboradas e as
que se encontram num período de transição. Depois, analisar a relação entre os
instrumentos de que a criança dispõe para interpretar a realidade e as
exigências que o ensino lhe impõe, com o objetivo de decidir se suas
dificuldades na aprendizagem podem ser justificadas ou não pela disponibilidade
inteligente do sujeito. É necessário considerar as compensações e
descompensações que aparecem no rendimento em relação com as diferentes
modalidades que podem dar-se segundo o conteúdo material e as instruções de
cada prova. Como:
Ø Adequação
perceptivo-motriz;
Ø Têmporo-espacial;
Ø Causal, por
compreensão a partir de estímulos gráficos e verbais;
Ø Informação;
Ø Quantificação
e automatismo do cálculo;
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TESTES USADOS PARA:
o
Analisar o nível de adequação
perceptivo-motriz: Bender, as figuras complexas de Rey, os itens de
cópia do círculo-quadrado Losango, a memória de desenhos de Terman, o
complemento de desenhos de Thurstone, etc.
o
Têmporo-espacial: no Terman, por
exemplo, a do tabuleiro escavado, identificação de formas, repetição de
dígitos, dobragem de papel, esquema corporal; no Wechsler, cubos e
quebra-cabeças; no Thurstone a prova que mede o fator espacial, etc.; provas de
ritmo através das séries de batidas com diferentes intervalos.
o
Causal: é a passagem do estágio
egocêntrico para a socialização; compreensão de uma situação dada na realidade
ou capacidade de organização na leitura da experiência: nos absurdos gráficos de
Terman, aptidão verbal de Thurstone e frases incompletas de Terman.
o
Informação: trata-se do conhecimento ou
reserva de experiências sociais: prova de informação de Wechsler, a prova de
materiais de Terman e o questionário de Kent, entre outros.
o
Quantificação e automatismo do cálculo: na resolução
de problemas do Thurstone e Wechsler, e no Terman em níveis pré-operatórios de
recontagem.
As provas
psicométricas permitirão elucidar até que ponto a disponibilidade dos processos
cognitivos justificam as dificuldades do sujeito na aquisição através da
aprendizagem. Servem para a análise dos seguintes protocolos:
- idade
mental, quociente intelectual, percentil e escore segundo o baremo aplicado;
- determinação
do estádio de estruturação alcançado segundo a teoria genética;
- análise da
dispersão: aptidões, áreas compensadas, descompensadas, ou deterioradas;
- modalidades
da atividade cognitiva.
O PROBLEMA DA
APRENDIZAGEM PODE SURGIR POR:
v
Fatores orgânicos:
- hipoacúsia (não querer ouvir) e a miopia (não querer
ver);
- perda sensorial;
- investigação
neurológica, pois quando há lesões ou desordens corticais (primárias,
genéticas, neonatais ou pós-encefalíticas, traumáticas, etc.) encontramos uma
conduta rígida, estereotipada, confusa, viscosa, patente na educação
perceptivo-motora (hipercinesias, espasticidade, sincinesias, etc.), ou na
compreensão (apraxias, afasias, certas dislexias);
- deficiências
glandulares podem causar estados de hipomnésia, falta de concentração,
sonolência e “lacunas”. Algumas auto-intoxicações por mau funcionamento renal
ou hepático apresentam conseqüências parecidas;
- déficit
alimentar;
- condições de
abrigo e conforto para o sono.
v
Fatores específicos:
- transtorno na
área da adequação perceptivo-motora
- aparecem na
aprendizagem da linguagem, sua articulação e sua lecto-escrita, alteração da
seqüência percebida, impossibilidade de construir imagens claras de fonemas,
sílabas e palavras, inaptidão gráfica, etc.
-
indeterminação da lateralidade do sujeito;
- dislexia:
dificuldade para aprender a ler e/ou escrever; dificuldade na acomodação que
determina uma insuficiência para a construção de imagens.
v
Fatores psicógenos:
- inibição e defesa;
- neurose (reação neurótica à interdição da
satisfação);
- fobias;
- angústia;
- negação;
- compulsividade na repetição do erro.
Pág. 32
DISORTOGRAFIA – é uma
coordenação fonomotriz, isto é, esforço de acomodação capaz de internalizar
como imagem, os gestos que compõem a grafia de cada palavra.
v
FATORES AMBIENTAIS:
- esta
variável pesa sobre a possibilidade do sujeito compensar ou descompensar o
quadro;
- refere-se ao
meio ambiente material do sujeito, às possibilidades reais que o meio lhe
fornece, à quantidade, à qualidade, freqüência e abundância dos estímulos que
constituem seu campo de aprendizagem habitual;
Pág. 35
DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA DE APRENDIZAGEM:
1
- Motivo da consulta:
? Significação
do sintoma na família ou, com maior precisão, articulação funcional do problema
de aprendizagem;
? Significação
do sintoma para a família, isto é, as reações comportamentais de seus membros
ao assumir a presença do problema;
? Fantasias de
enfermidade e cura e expectativas acerca de sua intervenção no processo
diagnóstico e de tratamento;
? Modalidades de
comunicação do casal e função do terceiro.
2
– História Vital:
?
Antecedentes natais:
- pré-natais
- perinatais
- neonatais
Pág.44
?
Doenças:
- doenças e
traumatismos ligados diretamente à atividade nervosa superior. Estados que
denotam perda de consciência, sonambulismo, espasmos ou convulsões, terrores
noturnos, distrações descritas como “lacunas”;
- destacar,
quando houve a doenças, o tempo de reclusão a que a criança foi obrigada, ou
quão doloroso foi o processo;
- processos
psicossomáticos como eczemas, bronquite asmática, vômitos, diarréias e
cefaléias;
- verificar a
disponibilidade física como destreza, habilidade manual, disposição para o
esporte, o peso e a estatura em relação com a idade, a fatigabilidade e todas
as possibilidades e limitações relacionadas com o corporal, especialmente as
associadas aos órgãos dos sentidos.
?
Desenvolvimento:
- motor
- da linguagem
- de hábitos
?
Aprendizagem:
Pág. 47
A) modalidade
do processo assimilativo-acomodativo:
¨ Hipoassimiliação – os esquemas
de objeto permanecem empobrecidos, bem como a capacidade de coordená-los. Isto
resulta num déficit lúdico, e na disfunção do papel antecipatório da imaginação
criadora;
¨ Hiperassimilação – pode dar-se
uma internalização prematura dos esquemas com um predomínio lúdico, que ao
invés de permitir a antecipação de transformações possíveis, desrealiza
negativamente o pensamento da criança;
¨ Hipoacomodação – aparece
quando o ritmo da criança não foi respeitado, nem sua necessidade de repetição,
isto atrasa a internalização de imagens. Assim, podem aparecer problemas na
aquisição da linguagem, quando os estímulos são confusos e fugazes;
¨ Hiperacomodação – acontece
quando houve superestimulação da imitação. A criança pode cumprir as instruções
atuais mas não dispõe de suas expectativas nem de sua experiência prévia com
facilidade.
B) Situações dolorosas:
- mudanças de casa ou
de escola;
- verificar sentimentos
de perda.
C) Informação:
- assuntos que são falados com a criança;
- recepção que a cç
encontra para o seu discurso.
D) Escolaridade:
- histórico escolar
comportamental.
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3
– Hora do jogo: quatro aspectos fundamentais da
aprendizagem:
- distância de objeto, capacidade de inventário;
- função simbiótica, adequação
significante-significado;
- organização, construção da seqüência;
- integração, esquema de assimilação.
4
– Provas psicométricas
5
– Provas Projetivas
- desenho da figura humana
- relatos
- desiderativo
(solicita-se ao sujeito que escolha e rejeite em três níveis da realidade,
imaginar-se transformando num elemento que ele escolhe – elementos vegetais,
animais e objetos).pág. 63
Pág.64
Interessam os seguintes
aspectos derivados das provas projetivas:
- recursos simbólicos para a representação;
- modalidade do inventário, organização e integração na fantasia;
- perturbações da identidade e a negação.
6
– Provas específicas
§
De lateralidade
§
De lecto-escrita: determinar que tipo de dificuldade é
a que predomina no fracasso da criança na aquisição da escrita e da leitura.
7
– Análise do ambiente:
ª
Condições sócio-econômicas;
ª
Aproveitamento de recursos;
ª
Ideologia.
DIAGNÓSTICO E ORIENTAÇÃO TERAPÊUTICA pág.69



O tratamento
psicopedagógico adquire sentido na ação institucional. Isto permite uma rápida
orientação destinada aos pais, seja para seu ingresso num grupo, seja para uma
terapia familiar ou de casal; garante um bom controle do aspecto orgânico e
neurológico; oferece a possibilidade de diálogo quando o paciente recebe mais
de uma atenção e assegura a complementação integrada de outras técnicas pedagógicas,
sejam elas expressivas, ocupacionais, etc. permite especialmente consolidar uma
boa equipe de trabalho onde se verifica a teoria e as técnicas sobre a base de
um intercâmbio de experiências, onde possa haver especializações quanto à
programação e informação, onde possa confeccionar-se material comum de
estimulação e por fim onde possam aprender a adquirir prática novos
profissionais. Pág.75
Adorei! Obrigada!
ResponderExcluirMuito bom! Parabéns!!
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