Atividades

Aprendendo com as Formigas


"Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos e sê sábio". Provérbios 6:6

1 - Existem mais de dez mil espécies de formiga no mundo;
2 - Cabe à formiga rainha a função de reprodução da colônia;
3 - As formigas são insetos que sentem o cheiro das coisas através de suas antenas;
4 - No formigueiro existe organização, onde as tarefas são bem divididas entre elas;
5 - Comunicam-se entre si através de liberação de feromonas, ou seja, relacionam-se bem umas com as outras;
6 - Além da rainha (liderança), num formigueiro existem as sentinelas (seguranças), as operárias (ajudadoras) e as enfermeiras que cuidam das larvas (cuidadoras);
7 - O acasalamento da formiga rainha acontece num voo nupcial;
8 - Após a fecundação, o macho morre e a rainha perde as asas antes de botar os ovos.

Trabalhar: 
1 - trabalho coletivo, companheirismo;
2 - liderança, chefia;
3 - respeito, sensibilidade, observação, atenção;
4 - hierarquia, regras;
5 - amizade, amor;
6 - comunicação, diálogo, egoísmo, solidariedade, organização;
7 - esperança, união, amor, sabedoria;
8 - herança, hereditariedade, entrega, submissão, disciplina.


EXERCÍCIO PARA O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DO PENSAMENTO CRIATIVO

SE VOCÊ FOSSE SENHOR DO UNIVERSO

Se eu fosse Senhor do Universo, eu...

Aceitaria

Desistiria de

Entenderia

Continuaria

Esqueceria

Mudaria

Lembraria

Criaria

 (este exercício é uma versão ligeiramente modificada de um proposto por Canfield e Wells,1976)

Fonte: ALENCAR, Eunice M.L.Soriano. COMO DESENVOLVER O POTENCIAL CRIADOR: um guia para a liberação da criatividade em sala de aula. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1990.



A Revista Nova Escola publicou vários jogos que poderão lhe auxiliar em sala de aula. Aproveite!!!

O JOGO COMO VIA DE ACESSO AO CONHECIMENTO


 Avaliação da Posição Amor firme/Amor suave
Exemplo:
lidera
Segue
1
2
3
4
5
6
7








1. Toma a liderança
Segue
1
2
3
4
5
6
7








2. Autoritário
       Condescendente
1
2
3
4
5
6
7








3. Enégico
Reservado
1
2
3
4
5
6
7
4. Esforça=se por alcançar
  
  Deixa que os outros
alvos pessoais
              estabeleçam seus alvos
1
2
3
4
5
6
7








5. Tem autocontrole
Falta-lhe disciplina
1
2
3
4
5
6
7








6. Toma decisões rápidas
           hesita em tomar decisões
1
2
3
4
5
6
7








7. Deseja ouvir fatos
                 deseja compartilhar          
                            sentimentos
1
2
3
4
5
6
7








8. É motivador
               É motivado
1
2
3
4
5
6
7








9. Age de modo competitivo
       Não competitivo
1
2
3
4
5
6
7








10. Age de modo possessivo
             Compartilha
1
2
3
4
5
6
7








11. É afirmativo
É tímido
1
2
3
4
5
6
7








12. Dá vazão à raiva
        Controla a raiva
1
2
3
4
5
6
7








13. Resiste à correção
          Aceita crítica construtiva
1
2
3
4
5
6
7








14. É transparente
      Esconde seus verdadeiros sentimentos
1
2
3
4
5
6
7








15. Trabalha  bem sob pressão
 Não funciona bem sob pressão
1
2
3
4
5
6
7








16. Faz sermões duros para a pessoa ferida
Ouve e conforta
1
2
3
4
5
6
7








17. Demora para esquecer ofensas
            Perdoa com facilidade
1
2
3
4
5
6
7








18. Tem padrões rígidos
               Tem padrões flexíveis
1
2
3
4
5
6
7








19. É severo (a) com ele (a)
        É carinhoso (a) com ele (a)
1
2
3
4
5
6
7








20. É severo (a) com os
É compreensivo com relação
problemas dele (dela)
aos problemas dele (dela)
1
2
3
4
5
6
7








Contagem da Avaliação
soma do valor dos números marcados=

Marque um X na linha abaixo onde você está na escala apresentada.
lado firme
indicador de intensidade
lado suave








20
40
60
80
100
120
140


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O ANEL

Preparado por Dinis Bento
  
Um aluno chegou a seu professor com um problema: 
- Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?
            O professor sem olhá-lo, disse: 
- Sinto muito meu jovem, mas agora não posso ajudá-lo, devo primeiro resolver o meu próprio problema. Talvez depois.
E fazendo uma pausa falou:
- Se você me ajudar, eu posso resolver meu problema com mais rapidez e depois talvez possa ajudar você a resolver o seu. 
 - Claro, professor, gaguejou o jovem, mas se sentiu outra vez desvalorizado.
           
O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno, deu ao garoto e disse: 
-  Monte no cavalo e vá até o mercado. Deve vender esse anel  porque tenho que pagar uma dívida.
É preciso que obtenha pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível. 
O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel. Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel. Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas. Depois de oferecer a jóia a todos que passavam pelo mercado e abatido pelo fracasso, montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação de seu professor e assim podendo receber sua ajuda e conselhos. Entrou na casa e disse: 
- Professor,  sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir  2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.
           
Importante o que me disse meu jovem, contestou sorridente. Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel.
O jovem foi até ao joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou o anel com uma lupa, pesou o anel e disse:
- Diga ao seu professor que, se ele quer vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.
- 58 MOEDAS DE OURO! Exclamou o jovem.
- Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente.
O jovem correu emocionado a casa do professor para contar o que correu. 
- Senta, disse o professor e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou, disse:
- Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. Só pode ser avaliada por um especialista. Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor?
E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.  Todos nós somos como esta jóia. Valiosos e únicos e andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem. 

 
Repense o seu valor!



4 - ENTRE EIDILOS E XENIDRINS...



Num de seus artigos, Wilson e Lumsden – defensores de uma teoria polêmica acerca das bases biológicas do comportamento humano – imaginam duas espécies fictícias de seres, quem sabe existentes num dos recantos da galáxia. Os Eidilos dependem integralmente , em seu comportamento, de mecanismos herdados... seriam “robôs genéticos completos... Embora possam constituir uma espécie brilhante e espantosa, os Eidilos têm todo o pensamento e o comportamento programados em seus cérebros , até mesmo nas palavras que usam para formar uma sentença. A linguagem, a arte e qualquer outro aspecto de sua cultura se deixam afetar pelas circunstâncias do momento mas são predeterminados, em sua forma. A civilização dos Eidilos se transmite de geração em geração, de acordo com as instruções exatas de um conjunto particular de genes”.
Em contraposição, os Xenidrins, partindo do zero genético, teriam de tudo aprender. “Todas as possibilidades culturais estão igualmente abertas aos Xenidrins. Pode-se-lhes ensinar, com a mesma facilidade, qualquer língua, qualquer canto, qualquer código de ética... a mente dos Xenidrins é um produto integral dos acidentes de sua história, do lugar onde vivem, dos alimentos que encontram e das invenções soltas de palavras e gestos”.
Os imaginários Eidilos e Xenidrins ilustram as duas maneiras como frequentemente se concebe o ajustamento dos organismos às pressões de seus ambientes. De um lado, os processos adaptativos podem vir inscritos no organismo, isto é, ser um produto de transmissão genética; de outro, podem originar-se na experiência passada, ou seja, nas modificações que o organismo sofre, em sua interação com o ambiente. Ao instinto, contrapõe-se a aprendizagem (...)
O comportamento humano sofreria uma simplificação abusiva se reduzido a uma ou outra destas formas de adaptação. Não somos Eidilos, embora esteja clara em certos de nossos comportamentos a marca da pré-programação. Também não somos Xenidrins, apesar da incrível modificabilidade de nossos hábitos, modificabilidade que quase nos transforma em especialistas do arbitrário.
O mistério, ou talvez a beleza do comportamento humano, está na maneira como integra uma informação mais ampla, geral e antiga, proveniente da história das espécies à informação mais detalhada, concreta e variável do ambiente presente. Uma dupla análise revela esta integração dinâmica e coloca o ser humano entre Eidilos e Xenidrins.

César Ades. Entre Eidilos e Xenidrins: experiência
e pré-programas no comportamento humano. In: Conselho Regional
de Psicologia. 6ª região (SP) e Sindicato dos
Psicólogos do Estado de SP. Psicologia
no ensino de 2º grau – uma proposta emancipadora.
São Paulo, Edicon, 1986. p. 60-1 e 72


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3 - AS DIFERENÇAS DOS IRMÃOS


Marquinhos arrumou uma namorada em Catitó e pouca atenção dava a Pitu. Estava com mania de moço feito e Pitu, pra ele, era uma criança. Pitu ficava olhando o irmão e pensando como antes eram diferentes as coisas. Marquinhos foi seu mestre de natação, foi ele quem o ensinou a pescar, a fazer arapuca, a soltar papagaio, a jogar dama e buraco. Marquinhos era um ídolo que estava se distanciando. Sabia que o irmão já tinha até barba na cara, estava moço. Mas não podia compreender a mudança de atitudes. Pitu largaria todos os seus amigos se Marquinhos o convidasse para sair junto. Duas vezes, tentou convencer o irmão a irem ao sítio por uns três dias, mas ele não mostrou qualquer entusiasmo pelo convite. Aos bailes, Pitu não queria ir, não sabia dançar ainda, não gostava. De manhã, o irmão não namorava, mas dormia até a hora do almoço. Ficava difícil o relacionamento entre os dois. A mãe já tinha notado isto. Chegou mesmo a falar com os dois, mas cada um achou uma desculpa. Pitu encontrou Marquinhos fumando escondido no porão. Começou a conversar com Pitu, a agradar, tudo muito estudado, como se quisesse comprar-lhe o silêncio. Pitu deixou bem claro que não ia contar pros pais, podia ficar descansado. Naquela tarde, Marquinhos mudou de atitude, convidou o irmão para uma partida de damas. No outro dia, a mesma distância, a mesma superioridade que doía. Conversando com seu Zeca da farmácia, Pitu desabafou, queixou-se muito do irmão. Seu Zeca disse que era natural o que estava acontecendo, que Pitu precisava entender. Um dia, ele também sofreria esta mudança de pinto pra frango. Um dia, os dois seriam frangos e voltariam a ser amigos como antes. Depois, o irmão passaria a galo e as coisas ficariam difíceis outra vez. Até acertar de novo. A vida é sempre assim, é problema do tempo... Pitu fez com a cabeça que entendia. No fundo, ainda estava meio confuso. Mas seu Zeca só podia estar certo. Era um homem inteligente, que sabia explicar tudo. Ele mesmo dizia que era apenas “um homem vivido”, o que não ficou também muito claro, mas Pitu sabia que era coisa importante demais. Será que seu Zeca era galo ou já estava mais velho que galo? O que viria depois de galo? Pitu pensou, pensou, mas achou mais sensato não perguntar muito. Só sabia que, na idade de seu Zeca, era mais fácil ser amigo do que na do irmão.


Elias José, As curtições de Pitu. São Paulo, Melhoramentos, 1976. p.70-1


Utilize os conteúdos estudados sobre o desenvolvimento para compreender os comportamentos de Pitu e Marquinhos. Procure situá-los nos períodos de desenvolvimento e indique quais as características principais do comportamento de cada um deles.

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2 - NÃO POSSO – NÃO QUERO – NÃO CONSIGO – VOU TENTAR
(do livro: Educação Moral e Cívica – Cerqueira e Bertolim)

NÃO POSSO era um rapaz preguiçoso e muito covarde. Quando lhe pediam que fizesse alguma coisa, dizia que não podia, ainda sem ter experimentado. Se lhe faziam alguma pergunta, respondia: não sei. Se tinha que estudar uma lição, saia com essa: não posso...

NÃO QUERO não era preguiçoso nem estúpido, mas tinha um mau gênio, era teimoso. Se lhe passava pela cabeça não fazer alguma coisa, não havia meio de convencê-lo a mudar de idéia. Se ficava de mau humor, seus colegas não sonseguiam, por mais que insistissem leva-lo a um passeio ou a um divertimento qualquer. Aborrecia os outros porque só queria o que bem entendesse, em tudo e por tudo. O fato é que ninguém gostava dele.

NÃO CONSIGO era um rapaz bonito e sorridente,mas também preguiçoso. Tudo o que se pedia para fazer, antes mesmo de tentar já ia dizendo: não vou conseguir. Dava um trabalho imenso fazê-lo ter uma atitude positiva, mesmo em seu próprio benefício. Ficava resmungando pelos cantos, colocando defeitos em tudo que fosse feito, com inveja do sucesso dos outros.

VOU TENTAR era um rapaz franzino e pequeno, mas tinha ânimo e persistência. Estava sempre pronto a tentar o sucesso. Costumava dizer: não sei se posso, mas vou tentar. Algumas vezes não conseguia, mas quase sempre era capaz de fazer o que experimentava. Um dia, interrogado em uma aula de matemática respondeu: não sei o problema, mas vou tentar. E o mestre respondeu: é o que quero. Jovens experimentando sua capacidade.

Nos estudos VOU TENTAR era o primeiro da classe. NÃO POSSO e NÃO CONSIGO, ficavam sempre em último lugar e NÃO QUERO, abandonou a escola.

Hoje estão todos homens feitos.
NÃO POSSO é criado de um senhor muito exigente, chamado: É PRECISO.
NÃO QUERO é soldado raso e obedece ao CAPITÃO DEVE.
NÃO CONSIGO trabalha na propriedade do senhor NÃO TEM DESCULPAS.
VOU TENTAR é sócio da grande firma FELIZARDO & CIA.
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FÁBULA para amadurecimento pessoal.

Um fazendeiro colecionava cavalos e só lhe faltava um deles de determinada raça. Um dia ele descobriu que o seu vizinho tinha este determinado cavalo. Assim, ele atazanou seu vizinho até conseguir comprá-lo.
Um mês depois o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário: - Bem, seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu retornarei e caso ele não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.
Neste momento, o porco escutava toda a conversa. No dia seguinte deram o medicamento e foram embora.
O porco se aproximou do cavalo e disse: - Força, amigo! Levanta daí, senão você será sacrificado!!!
No segundo dia, deram o medicamento e foram embora.
O porco se aproximou do cavalo e disse: - Vamos lá amigão, levanta senão você vai morrer! Vamos lá, eu te ajudo a levantar... Upa! Um, dois, três. Mas nada de o cavalo levantar-se...
No terceiro dia deram o medicamento e o veterinário disse: - Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.
Quando foram embora, o porco se aproximou do cavalo e disse: - Cara é agora ou nunca, levanta logo! Coragem! Upa! Upa! Isso, devagar! Ótimo, vamos, um, dois, três, legal, legal, agora mais depressa vai...
Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa!!! Você venceu, Campeão!!!
Então de repente o dono chegou, viu o cavalo correndo no campo e gritou: - Milagre!!! O cavalo melhorou. Isso merece uma festa... Vamos matar o porco para comemorar!!!"
Isso acontece muito dentro de uma "empresa" e ninguém percebe quem é o funcionário que merece o mérito pelo sucesso.
"Saber viver e ser reconhecido é uma arte."
Trabalhando os valores e os princípios morais


A viagem das mil luas
 
Era uma vez uma civilização rica e avançada. Seus habitantes viviam em harmonia, eram livres e felizes. De lá partiam navios para todos os cantos do mundo, levando a ciência, a medicina, a agricultura e as artes. Para lá seguiam peregrinos, em busca de conhecimentos avançados.
Qual era o segredo daquelas pessoas e de seu sucesso em época tão remota?
Na formação dos jovens, havia uma etapa muito importante a ser cumprida: A viagem das mil luas...
Após muitos anos de estudo, os jovens deveriam partir para uma grande jornada que os levaria a conhecer terras distantes e lugares desconhecidos. Eles se preparavam desde a infância; primeiro com a ajuda dos pais e depois com a ajuda dos mestres dedicados.
Antes de partir havia o ritual de despedida. Havia, no centro de uma praça, o Templo dos navegadores, onde cada jovem entregava seu plano de viagem. Sabiam, desde crianças, que um navegador sem plano é um pássaro sem rumo. Sabiam que para controlar seus destinos era preciso plano e determinação. A entrega do plano representava essa intenção.
No extremo oriental da praça, havia um templo, um pouco menor, onde os jovens nunca tinham entrado. Pela primeira vez, o jovem que partia conheceria seu interior e o segredo das pessoas mais admiradas por todos: os sete sábios do Templo Sírius, dos quais receberiam conselhos e orientação para a longa jornada, que começava com a luz da manhã.
Esta é a história de um desses jovens, prestes a partir em sua viagem das mil luas. Depois de tantos anos de preparação, o que mais poderia aprender naquela noite?
Que conselhos receberia agora que ficaria a sós com cada um dos sete sábios?
O jovem subiu as escadarias do templo, atravessou-a e viu-se diante de um jardim. O sol criava um ambiente misterioso e lá o esperava o primeiro sábio. Sentou-se ao seu lado.
Algumas nações progridem, outras desaparecem, algumas pessoas resistem, outras desistem. Onde está a diferença? Seria o destino, a sorte de cada um? Na nossa civilização, não pensamos - prosseguiu o mestre. A diferença está na visão que as pessoas têm de seu futuro. Se você acreditar que terá sucesso, é muito provável que assim será. Se você, no entanto, acreditar que não terá sucesso, é certo que assim será. Você se lembra de que quando era menino? Sonhava que um dia seria marinheiro de verdade e sairia para conhecer o mundo? Esse dia chegou e isso ocorreu porque primeiro você sonhou. O sábio abriu então uma caixa de madeira trabalhada e de dentro tirou um pequeno marinheiro de chumbo, que o jovem imediatamente reconheceu, pois era um de seus brinquedos favoritos. E disse: Leve consigo esta lembrança, para que você nunca perca aquilo que as crianças trazem dentro de si: o otimismo.
O segundo sábio recebeu o jovem, já dentro do templo, num local semelhante a uma biblioteca. Havia muitos livros, alguns experimentos, objetos e cartas de navegação.
A travessia do mar não é para principiantes - disse o sábio - e, por esse motivo, você vem se preparando durante todos esses anos. Entretanto, à medida que a viagem prosseguir, maior será a complexidade dos problemas. E você continuará, se estiver cada vez mais preparado. Atrás do desempenho de um grande músico, ou de uma bailarina, ou de um carpinteiro, existe uma jornada de práticas, estudos, dedicação e, acima de tudo, método. Você aprendeu o método dos navegadores, use-o para sempre aprender cada vez mais. Quando estiver em alto-mar, você encontrará um pássaro formidável, o maior de todos, o albatroz marinho. O único pássaro capaz de dar uma volta completa ao redor do planeta. 
Ele faz isso com muito planeio, sem bater as asas parte do tempo, usando de forma inteligente sua envergadura de quase quatro metros, evitando calmarias, dormindo sobre as águas; inspire-se nele - disse o sábio – e leve consigo esta pena de albatroz como símbolo da competência que será necessária.
Estava começando a chover quando o rapaz conheceu o terceiro sábio. Estavam no meio do verão, de forma que, no início da noite, o ruído da chuva criava um ambiente de intimidade e harmonia. E o sábio falou:
Existem navegadores que partem cheios de entusiasmo e otimismo. Levam consigo suas cartas e sabem utilizá-las. Acontecem exatamente como foram planejadas. Uma tempestade inesperada, uma calmaria fora de hora, uma doença, ou um inverno incomum poderão adiar os planos. É aí que alguns desistem, e não tentam novamente. Veja a vida dos rios, por exemplo. Na sua rota para o mar, também encontram obstáculos aparentemente intransponíveis. Mas não desistem: modificam-se, se for preciso, criam novos meandros, passam pelos lados e pelos obstáculos e chegam ao seu destino.
O sábio entregou ao jovem uma pedra negra, totalmente opaca, arredondada e lisa. E disse: “Este seixo é encontrado no fundo dos rios de montanhas, perto de vulcões, de onde veio, há milhares de anos; leve-o em sua bagagem para que o ajude a ter persistência”.
Ao entrar no local onde estava o quarto sábio, o jovem percebeu que a única luz era proveniente de uma lamparina sobre o piso. O sábio estava sentado no chão e, de forma semelhante, o rapaz se acomodou, bem a sua frente, para escutar o que tinha a dizer.
Ao longo de sua grande aventura - disse o mestre - você terá que enfrentar muitos perigos. Haverá noites em que os demônios e espíritos virão assustá-lo. Você sentirá muito medo. Todos sentem medo durante a viagem, tenha plena consciência disso. Entretanto, muitas vezes nossos medos são irracionais, e basta a luz de uma pequena chama para mostrar que estamos tendo inimigos imaginários. A temida floresta poderá ser seu esconderijo seguro. Mas muito cuidado! Outras vezes o perigo é real. Se assim for, respeite-o, prepare-se bem e enfrente-o confiante.
Com essas palavras, o mestre entregou a lâmpada e disse:
Leve-a consigo. Ela simboliza a coragem. Não há nada a temer!
O som de uma flauta indicou ao rapaz que ele estava num ambiente diferente dos anteriores. Havia uma diferença também com o quinto sábio que passava a impressão de ser um pouco mais jovem que os demais. Ele disse ao rapaz: - Todos nascemos com habilidades para criar coisas novas. Não existe nada definitivo, tudo pode ser melhorado. Porém, alguns viajantes acreditam que não nasceram com esse dom e seguem navegando sempre do mesmo jeito, sem inovações, nem, melhorias; muitas vezes o ato de criar é um ato de descobrir. 
Todas as coisas já estão criadas, basta estar receptivo para captá-las. Se for preciso, continuou o sábio, abandone idéias preconcebidas, rejeite os preconceitos, destrua os mitos. Deixe de lado suas inibições, suas preocupações e ansiedades. Assim, você estará sensível às novas idéias, principalmente àquelas que sempre estiveram junto de você.
O sábio então entregou ao jovem um pequeno frasco de vidro e lhe disse:
A areia deste frasco, trabalhada corretamente, ajuda a erguer um castelo. Com a técnica certa esta mesma areia poderá ser transformada em vitrais. Leve-a consigo como alimento para sua criatividade.
A sala onde se encontrava o sexto sábio era despojada de qualquer tipo de adorno, mas era ampla e confortável. A noite tinha avançado bastante, e o jovem sentiu um pouco de fome. O sábio, ao perceber, compartilhou com ele o pão e as frutas que comia. E lhe disse:
Com sua determinação e com os presentes que recebeu, você progredirá. Cruzará mares, atravessará cordilheiras, conhecerá cidades e pessoas encantadoras, frequentará templos e palácios luxuosos. Poderá ter a sensação de ser um navegante poderoso e destemido e de que nada no mundo poderá detê-lo. 
Talvez passe a se considerar mais virtuoso ou superior que os outros. Cuidado! Esta é uma grande cilada que poderá até matá-lo, física ou espiritualmente! Somos imperfeitos. Aceite seus próprios erros, e anote-os em seu manual de erros do passado, para não repeti-los no futuro. Renove-se com eles.
O sábio então levou o jovem até a janela, apontou para Canopus e disse: - Veja aquela estrela brilhante. Apesar de sua luz, de sua beleza, de sua longevidade, ela é só uma entre todas as estrelas do universo. Nem melhor, nem pior, apenas diferente de todas as outras. Então presenteou o rapaz com uma estrela do mar - porque o mar também é infinito. E disse: “Esta é a estrela da humildade. Leve-a sempre consigo”.
O sétimo sábio era o mais antigo e, portanto, o mais evoluído de todos. Diz a lenda que teria vindo de uma estrela distante para ajudar na evolução das pessoas através do desenvolvimento de sua consciência. Chamava-se Ânima.
Era uma mulher de rara serenidade e beleza, que assim falou:
 As criaturas da guerra, com suas flechas pretas e seu desejo de destruição, também usam o otimismo, a competência, a persistência, a coragem, a criatividade, até mesmo a humildade! Um ladrão, um impostor, um bandido, todos esses também podem usar essas habilidades. Onde está a diferença?
A diferença está nos valores de cada um, disse o jovem.
Sim, mas o que são valores? Perguntou a Ânima.
Os valores estão contidos nos princípios éticos e morais de cada pessoa, disse ele.
Sim; mas onde é que tudo é espontâneo, natural, universal? Perguntou
Então, finalmente, o jovem percebeu que estavam falando de amor.
O amor - disse Ânima - será a única moeda aceita em todas as épocas e em todos os lugares por onde você passar. Ame o próximo, perdoe seus defeitos, não seja intolerante. Todos os viajantes que encontrar pelo caminho estão como você - e cada uma à sua maneira - em busca da mesma paz de espírito. Enquanto o homem tiver amigos, gente que ele ame e que o ame, ele será feliz. Mas, se não tiver esse laço de amor com a vida, não terá razão para continuar vivendo.
Lembre-se: o seu poder é infinito. Você é que irá determinar, com suas atitudes, como será sua viagem e como será sua vida.
Despediram-se com um abraço - um abraço de alma.
O ruído dos pássaros e o aroma das plantas indicavam que logo seria a hora de partir.

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