quarta-feira, 25 de outubro de 2017

DINÂMICA: TRABALHANDO AS EMOÇÕES

DINÂMICA: TRABALHANDO AS EMOÇÕES 

OBJETIVO:

1- Sensibilizar e Reconhecer nossas próprias emoções e nos outros.
2- Desenvolver a empatia e buscar formas de equilibrar nossas emoções para lidar com conflitos e melhorar relacionamentos interpessoais.

PARTICIPANTES: até 15 pessoas

TEMPO: 50’ (varia de acordo com o tamanho do grupo e envolvimento dos participantes).

MATERIAL: Papel sulfite, lápis e questionário, lista com emoções, ver abaixo.

DESCRIÇÃO: O facilitador explica ao grupo que irão fazer um exercício para entrar em contato e reconhecer as próprias emoções e dos companheiros. Salientar que é um momento sério, pois irão lidar com aspectos pessoais, tanto de si mesmos como dos companheiros e que é preciso tratar com respeito essas questões.

DESENVOLVIMENTO:

1- Pede para listarem algumas das emoções que podemos ter. Escrever no quadro.
2- Após listarem no quadro o facilitador explica que há uma tênue diferença entre emoção e sentimento, mas que estes se complementam. Aí apresenta uma lista com as várias emoções/sentimentos e afixa em lugar visível na sala para que os participantes possam consulta-la e assim conseguir especificar melhor o que sentem diante das situações do questionário ou anexa a lista ao questionário entregue. Salienta que há uma enormidade de emoções e sentimentos que o ser humano pode ter e que a lista não pretende esgotar, todas que existem. Que podem colocar outras que ainda não citamos. Explica ao grupo que muitas vezes não conseguimos identificar adequadamente as emoções/sentimentos em nós mesmos e em outras pessoas o que tende a causar conflitos, desavenças e mau entendidos; escolhas erradas e ainda atribuição de valores equivocados.
3- Entrega o questionário aos participantes e pede para completarem as frases, identificando suas emoções para cada uma das situações. Estabeleça 5’ para essa atividade.

LISTA DE EMOÇÕES/SENTIMENTOS

dúvida, raiva, felicidade, alegria, amor, desamor, compaixão, tristeza, desespero, surpresa, medo, pavor, fobia, desesperança, angústia, esperança, gratidão, expectativa, excitação, hesitação, ansiedade, orgulho, pretensão, segurança, insegurança, frustração, reconhecimento, valorização, desvalorização, respeito, vazio, plenitude, etc.



QUESTIONÁRIO

Complete as frases abaixo:

A emoção que eu mais gosto de sentir é: ______________________________
A emoção que eu menos gosto de sentir é: ____________________________
Eu fico feliz quando: ______________________________________________
_______________________________________________________________
Eu fico triste quando: ______________________________________________
_______________________________________________________________
Fico chateado (a) quando:__________________________________________
_______________________________________________________________
Me sinto magoado (a) quando:_______________________________________
_______________________________________________________________
Emoção que sinto com mais frequência é______________________________
Sinto-me orgulhoso (a) quando______________________________________
_______________________________________________________________
Sinto-me valorizado (a) quando ______________________________________
_______________________________________________________________
Quando se aproxima uma prova ou atividade avaliativa na escola fico _______
_______________________________________________________________
Quando alguém grita comigo sinto ___________________________________
_______________________________________________________________
Fico muito, muito feliz quando _______________________________________
_______________________________________________________________
Sinto-me frustrado (a) quando _______________________________________
_______________________________________________________________
Crio muita expectativa quando ______________________________________
_______________________________________________________________
Minha ansiedade aumenta quando ___________________________________
_______________________________________________________________
Minha ansiedade diminui quando ____________________________________
_______________________________________________________________
Tenho muitas dúvidas em relação____________________________________
_______________________________________________________________
Sinto-me inseguro (a) quando _______________________________________
_______________________________________________________________
Gosto quando reconhecem que ______________________________________
_______________________________________________________________
A angústia aparece toda vez que ____________________________________
_______________________________________________________________
Tenho medo de __________________________________________________
_______________________________________________________________
Sinto um vazio quando ____________________________________________
_______________________________________________________________
Sinto muita esperança quando ______________________________________
_______________________________________________________________
Encho-me de gratidão _____________________________________________
_______________________________________________________________


Obs.: O facilitador pode elaborar outras questões mais específicas para o grupo que está trabalhando. Por exemplo:
  
Quando chego no trabalho o que sinto é_____________________________

Quando estou me relacionando com esse grupo o que sinto é________________

Quando tenho que tratar algum assunto com meu chefe ou subordinado ou parceiro o que sinto é_______________________

 DISCUSSÃO:

1-Terminada essa etapa, pedir para que cada membro do grupo apresente o que respondeu para cada questão.

Obs.: Pede para que cada um responda a primeira questão e após todas as respostas do grupo, passar para a segunda e assim por diante. O facilitador incentiva que as pessoas digam o motivo dessas emoções diante de cada situação.

O facilitador ajuda a definir melhor cada uma destas emoções.

Obs: Muitas vezes as pessoas nomeiam uma emoção, mas se percebe que estão enganadas a respeito delas. Há outra emoção que caracteriza melhor esses sentimentos, o que vai ajudar a trabalhar melhor com elas.

Depois de todas as respostas, perguntar:

1- Como se sentiram durante a atividade?

2- Já haviam pensado em como se sentem diante das situações e o motivo desses sentimentos?

3- Foi fácil ou difícil identificar as emoções para cada situação?

4-Conseguem perceber que se não identificamos nossas emoções fica mais difícil de trabalhá-las?

CONCLUSÃO:

Concluir que se trabalharmos e reconhecermos nossas emoções teremos mais ferramentas para lidar com elas e equilibrá-las. E que isso faz parte do nosso autoconhecimento. É o reconhecimento das emoções que irá nos auxiliar a compreendê-las, lidar melhor com as situações e o com aquilo que sentimos. Solucionar conflitos com mais facilidade e com menos sofrimento. É o início do processo de inteligência emocional, que favorece também o aprendizado. Reconhecer as emoções é importante também por proporcionar o desenvolvimento da “empatia”, que é, em linhas gerais, a capacidade de compreender e se colocar no lugar do outro. Quando se aprende a nomear e a reconhecer as emoções, sabe-se identificá-las não somente em si, mas também nos outros.
Enfim, é o primeiro passo para desenvolver as habilidades emocionais e a de empatia.
Identificando emoções em nos mesmos e nos outros facilitada nossos julgamentos, atitudes e desenvolvimento de nossa escala de valores.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Educação e Relações Interpessoais

Educação e Relações Interpessoais 

(por Dante Moreira Leite)

John Dewey (1902) e Hebert Read (1958) – teoria para compreender como a educação moderna procura reintegrar a criança no mundo da ação direta e da atividade motora (p.236).

K. Horney (1959, p.74) – “Há, em nossa cultura, quatro meios principais pelos quais a pessoa procura proteger-se contra a ansiedade básica: afeição, submissão, poder e retraimento”.

Há dois problemas para serem analisados: (p.237)
a)    a educação como processo de formação, através de relações interpessoais; aqui, procuramos entender a importância das relações interpessoais satisfatórias para a educação individual;
b)    a educação como processo de preparação para relações interpessoais. Aqui, procuramos explicitar as relações interpessoais a fim de que o educando possa estar preparado para enfrenta-las satisfatoriamente.

“As grandes dificuldades de ajustamento se explicam como resultado de um despreparo para viver com os outros”. (p.237)

 A psicologia clássica tinha a ideia de que conhecemos os outros através de nós mesmos. Essa teoria foi criticada por:
Koffka (1935);
Kohler (1947);
Ryle (1949).

O filósofo J. P. Sartre disse: “o outro guarda um segredo: o segredo do que eu sou”. Seria possível dizer exatamente o oposto com a mesma probabilidade de acerto. (p.238)

Para Merleau-Ponty (1945) “a existência do outro é uma dificuldade e um choque para o pensamento objetivo”. (p.238)

O processo de interação, segundo Freud, é o de:
  • introjeção - a pessoa interioriza a imagem dos pais – ou dos adultos que desempenham os seus papéis – e essa imagem passa a constituir uma parte de sua personalidade (Superego);
  • projeção – o indivíduo lança, nos outros, as características indesejáveis que é incapaz de perceber em si mesmo.

Como percebemos o nosso “eu psicológico”: percebemos o nosso envelhecimento físico através do envelhecimento dos outros, quando somos promovidos de moça para senhora ou de moço para senhor, etc. (p.238)

Para Heidegger “os outros significativos não se confundem com a totalidade dos que existem fora de mim, e na qual se destaca o eu; os outros são aqueles dos quais a pessoa não se distingue, entre os quais é também alguém”.

“mesmo as fantasias menos confessáveis exigem a suposta participação dos outros; sem estes, de nada valeria a glória tantas vezes alcançada na solidão do devaneio”. (p.241)

Dante Moreira Leite relata que “poucos alunos conseguem ser percebidos, ou poucos conseguem identificar-se através do professor: deste não recebem, de volta, a própria imagem, a fim de que possam saber quem e como são”. Os professores deveriam manter uma postura de neutralidade perante os alunos, sem manifestar preferências ou antipatias.

Constituem processos de interação:
Simpatia, antipatia (para Freud a antipatia demasiadamente violenta pode esconder a admiração por qualidades percebidas, e ser o início de amizade e de amor; o amor muito intenso pode esconder um germe de destruição e ódio), a amizade, o amor,

Contribuição da investigação psicológica:
- verificar quais as formas mais produtivas de avaliação;
- quais as capazes de obter maior rendimento;
- estimular a reeducação dos professores cuja conduta seja prejudicial ao desenvolvimento dos educandos;
- reeducação da maneira de perceber (até os outros);
- ajudar os professores a perceber mais qualidades positivas nos alunos a fim de provocar o seu desenvolvimento;
- verificar as consequencias do sistema de valores da sociedade para a formação da personalidade;
- buscar uma explicação psicológica para o triunfo ou o fracasso;

Buber (1956) diz que a dinâmica, entre o que somos e o que pretendemos ser, permite o aparecimento de uma potencialidade superposta à realidade e estabelece objetivos futuros que procuramos alcançar.


Bibliografia:
PATTO, Maria Helena Souza.
Introdução à Psicologia Escolar. 

terça-feira, 22 de novembro de 2016

O Caminho da Escolha Profissional

Segue uma sugestão para ajudar seus alunos na hora da escolha profissional. É uma técnica para levá-los à reflexão.

Bom trabalho!

O caminho da escolha profissional
1 Quais são suas habilidades?



2 O que lhe interessa mais?
3 O que você valoriza?




4 Como você se imagina daqui dez anos?
5 O que você não gosta de maneira alguma?
Sobre a profissão
A) Quais são suas preferências?
1ª opção
2ª opção
3ª opção
B) O que esta profissão vai exigir de você?
C) O que ela vai te oferecer?
D) Qual a maior dificuldade para fazer este curso?
E) O que você poderia fazer para solucionar esta dificuldade?







Analise os quadros:
O que você colocou nos quadros 1, 2 e 3 é compatível com suas opções de curso (quadro A)?

O que a profissão vai exigir de você (quadro B) está relacionado com o quadro 5?
Compare o quadro C com o quadro 4.
Após esta comparação e análise, a que conclusão você chega?

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A Síndrome Pré-Menstrual: o terror para as mulheres

A Síndrome Pré-Menstrual: o terror para as mulheres


Sentimentos de tristeza, opressão, muita raiva e não sabe do que, automenosprezo (“não sirvo pra nada”, “sou inútil”, “ninguém me ama”, etc.) autocrítica (“faço tudo errado”), baixa tolerância à frustração, sente-se enganada ou usada, com pouca habilidade nas conversações, falta palavras para explicar o que sente, reações agressivas inesperadamente, por vezes prefere ser submissa e abandonar seus interesses em prol dos outros por sentir uma grande ansiedade e ameaça de sufocamento, sente-se fracassada ou não consegue sentir felicidade em coisas que corriqueiramente sentiria, anda não gostando do que está vendo no espelho mesmo quando se arruma, procurando evitar locais e pessoas, podem ser, possivelmente, sintomas que desencadeiam cefaleias, problemas gástricos, muita tensão e dores nas costas. Talvez seja um quadro da SPM – Síndrome Pré-Menstrual. O que poderá estar levando-a a uma série de estados somáticos negativa, ou seja, nossa capacidade de transformar conflitos psicológicos em problemas orgânicos. É claro que para um diagnóstico consistente é preciso procurar um médico. Neste caso, o mais indicado é o seu ginecologista.
Todos esses sentimentos e/ou pensamentos desadaptativos precisam ser revistos (o que poderá ser feito com a ajuda de um psicólogo) para que encontre estratégias de mudança de comportamento e de reações emocionais frente às situações que lhe causam sofrimento psíquico. Aprender a lidar com os sentimentos poderá gerar bem-estar e satisfação.
Algumas indicações para melhora do quadro é fazer algo que relaxe, procurar sentimentos que estimulem o desejo de dominar a situação, evitar os pensamentos negativos trocando-os por frases positivas (repita-as para você mesma várias vezes), reconheça os seus sucessos (mesmo os parciais), seja sempre positiva, reconheça suas limitações e permita-se errar, relaxar, descansar, passear e ser feliz.



Leni de Souza Barros
Psicóloga, Especialista em Metodologia e Didática do Ensino Superior, Psicopedagogia Clínica e Institucional e em Psicologia do Trânsito. Mestranda em Ciências da Educação.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Ansiedade ou problema cardíaco?

Ansiedade ou problema cardíaco?


Tudo pode ter começado apenas com o medo de algo não dar certo e foi aumentando as preocupações, as tensões musculares, uma sensação de cansaço, dificuldades para dormir ou engolir, difícil concentração, o coração começa a bater mais rápido que o normal parecendo uma taquicardia, um aperto no peito que parece dificuldade em respirar, e um medo que só aumenta, aumenta.


            Geralmente, expectativas e interpretações negativas onde a pessoa percebe um perigo iminente podem estar causando ou levando esse indivíduo a uma crise de ansiedade. Todos os sintomas podem ser confundidos com problemas cardíacos, respiratórios ou neurológicos. É preciso uma avaliação médica para o encaminhamento correto.

            Sentimentos como “sou o único responsável”, “não represento nada”, “ninguém me ama”, “ninguém me quer aqui”, “tenho que agradar a todos”, “não posso errar”, “tenho que ser perfeito”, “será que vou dar conta”, “mas e se der tudo errado”, “e se eu não conseguir”, preocupações excessivas com finanças e trabalho, associados aos sintomas físicos podem ser indicativos da crise de ansiedade.

            O que fazer? Identificar, avaliar e modificar seus julgamentos a respeito do que está lhe causando esta ansiedade pode ser o primeiro passo para a melhora. Mas não deixe de procurar um médico para descartar a possibilidade de problemas orgânicos e depois procure um psicólogo para ajudá-lo a se livrar desta ansiedade.


Leni de Souza Barros
Psicóloga, Especialista em Metodologia e Didática do Ensino Superior, Psicopedagogia Clínica e Institucional e em Psicologia do Trânsito. Mestranda em Ciências da Educação. Texto publicado na Revista Êxodo, ano 2, vol. 2.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

A Evolução do Autoconceito na Adolescência

             Evolução do autoconceito durante a adolescência
                         Adolescência precoce (11-14 anos)

Estrutura, organização
Primeiras abstrações que integram características relacionadas; abstrações compartimentalizadas de forma que não se detectam nem integram as incompatibilidades.
Conteúdos destacados
Características ou habilidades sociais que influem sobre as relações com os demais ou determinam a imagem que os demais têm do sujeito. Características referentes ao atrativo físico.
             Exemplos
“Sou tímido; me envergonho diante dos adultos, mas também diante de meus companheiros”. “Em minha casa me acontecem muitas coisas divertidas, mas com meus amigos não.”

                             Adolescência média (15-17 anos)

Estrutura, organização
Primeiras conexões entre as abstrações e entre traços opostos; confusão diante da existência de características contraditórias.
Conteúdos destacados
Diferenciação de atributos em função de situações e papéis diferentes.
            Exemplos
“Sou muito inteligente para algumas coisas e tonto para outras”. “Não entendo como me dou tão bem com meus companheiros e tão mal com meus irmãos”.

                             Adolescência tardia (18-21 anos)

Estrutura, organização
Abstrações de ordem superior que integram abstrações mais elementares e que resolvem as contradições.
Conteúdos destacados
Características e atributos relacionados com os papéis que se desempenham; os atributos se referem a valores e crenças pessoais, assim como a convicções morais.
                Exemplos
“Sou uma menina flexível: séria e formal para trabalhar, porém brincalhona para me divertir”. “Muitas coisas me interessam, porém sou um pouco indeciso”.


COLL, MARCHESI, PALACIOS & COLS. Desenvolvimento Psicológico e Educação. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

p.336

O Desenvolvimento Moral

As causas do desenvolvimento moral segundo as diferentes teorias evolutivas

Nenhuma das grandes teorias evolutivas desenvolvidas durante o século XX deixaram de se perguntar por que e como as pessoas desenvolvem uma consciência moral. De maneira bem esquemática, estas foram suas respostas:

Psicanálise

As crianças pequenas são amorais: não têm inibições e o seu id está orientado para a obtenção do prazer. Por processos que foram explicados no Capítulo 1, logo aparece o ego como instância encarregada de canalizar os desejos de forma socialmente aceitável ou de adiar sua satisfação. Entre os três e seis anos, desenvolve-se o superego, consciência moral interiorizada uma vez aceita a primazia do princípio de realidade sobre o princípio do prazer.

Teorias da Aprendizagem

Também, neste caso, o desenvolvimento da consciência e o comportamento moral são explicados como um processo de interiorização, embora os mecanismos envolvidos sejam sensivelmente diferentes aos da psicanálise. A ênfase aqui está, por um lado, nos processos de condicionamento e de aprendizagem via reforço de condutas e normas, por outro, na aprendizagem que se realiza por meio da observação de modelos, principalmente daqueles que a criança percebe como dotada de autoridade e prestígio.

Teoria Piagetiana

Em vez de explicar o desenvolvimento moral como um processo de fora para dentro, como as duas teorias anteriores, a explicação piagetiana o entende mais como um processo de dentro para fora. Neste caso, o desenvolvimento do raciocínio moral é um derivado do desenvolvimento do pensamento lógico, não sendo observadas mudanças importantes na forma de raciocinar moralmente enquanto não se produzir avanços no raciocínio lógico mais geral. Autores que, como Kohlberg, desenvolveram as proposições piagetianas iniciais compartilham o postulado básico de que o desenvolvimento cognitivo, assim como a crença na universalidade da sequência de estágios proposta.

Teoria Vygotskyana

Como todos os processos psicológicos superiores, o raciocínio moral está mediado por instrumentos simbólicos, como a linguagem e as formas de discurso. Como consequência da comunicação social e do diálogo com aqueles que os rodeiam, as crianças vão sendo capazes de um diálogo moral interno que não é senão a transposição intrapsicológica das conversações e dos diálogos mantidos com outros. Por isso, o desenvolvimento moral é entendido aqui como uma construção sociocultural (e, portanto, referente ao contexto em que se origina) e não como um processo de construção individual elaborado em relação ao desenvolvimento cognitivo.


COLL, MARCHESI, PALACIOS & COLS. Desenvolvimento Psicológico e Educação. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
p.207


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Transtorno Específico de Aprendizagem

Critérios diagnósticos para transtorno específico de aprendizagem conforme o DSM - 5

a) Presença de pelo menos um dos seguintes sintomas por pelo menos seis meses:

(  ) Reconhecimento visual de palavras impreciso, lento ou trabalhoso.

(  ) Dificuldades de compreensão textual.

(  ) Dificuldades com a ortografia.

(  ) Dificuldades com a redação.

(  ) Dificuldades com senso numérico, fatos aritméticos ou cálculo.

(  ) Dificuldades com o raciocínio aritmético.

b) Déficit substancial e psicometricamente quantificável nos domínios afetados, sendo constatado seu impacto sobre o desempenho escolar e/ou ocupacional e a vida cotidiana, por meio de uma avaliação clínica abrangente.
          *(há necessidade de avaliação com psicólogo)

c) As dificuldades de desempenho devem se iniciar nos anos escolares, ainda que possam se manifestar apenas a partir do momento em que a demanda acadêmica ultrapassa as capacidades do indivíduo.

d) As dificuldades de aprendizagem não podem ser explicadas por deficiência intelectual, déficits visuais ou autismos não corrigidos, outros transtornos mentais ou neurológicos, adversidade psicossocial, falta de proficiência na língua de instrução ou instrução escolar inadequada.

Referência:

FUENTES, Daniel [et al]. Neuropsicologia: teoria e prática. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Avaliação Psicopedagógica - parte 1

ENTREVISTA PSICOPEDAGÓGICA

1 – IDENTIFICAÇÃO PESSOAL:

Nome: ______________________________________________________ 
Sexo:(  )M    (  )F                idade:______________
Nome da mãe: ______________________________________idade:_____
Nome do pai:_______________________________________ idade:_____
Endereço: __________________________________________Nº: ______
Bairro: _________________Cidade: ________________ CEP: ______-___
Fones: Fixo:____________Cel:_____________ Nascimento : ___/____/___
Nacionalidade: (   )Bras. (   )outros_________
Cidade/Estado em que nasceu____________________CPF: _____________
RG: ______________Órgão Expedidor: ________ UF: _____


2 – QUEIXA INICIAL:
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3 – HISTÓRIA PREGRESSA DA QUEIXA:
_________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________

4 - HISTÓRICO ESCOLAR: 
_______________________
_________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5 – HISTÓRICO FAMILIAR:
a) Como é o relacionamento com a mãe?
__________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) Como é o relacionamento com o pai?
__________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) Quem mais mora na casa?
__________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
d) Gestação e Nascimento: ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
e) Crescimento:
____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
f) Tem irmãos? Como é o relacionamento?
_______________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6 – DADOS DA SAÚDE:
____________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7 – ASPECTOS DA CONDUTA SOCIAL:
_____________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
              
Observações:
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Avaliação Psicopedagógica - parte 2

AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

1. MOTRICIDADE GERAL
A - ROLAR
ROLA PARA A DIREITA E PARA A ESQUERDA? (  )SIM  (  )NÃO
B - SENTAR
Tem postura correta para a leitura: costas contra a cadeira, cabeça erguida, ambos os braços sobre a carteira? (  )SIM  (  )NÃO
C - ENGATINHAR
Busca, engatinhando, vários brinquedos espalhados? (  )SIM  (  )NÃO
D - ANDAR
Anda calçado e anda descalço em solos diferentes (sensações)? (  )SIM  (  )NÃO
E - CORRER
Corre em uma pista reta, pouco extensa, sem apresentar dificuldade? (  )SIM  (  )NÃO
F - ARREMESSAR
Joga a bola com as mãos abaixo do nível dos ombros? (  )SIM  (  )NÃO
G - PULAR
Pula corda? (  )SIM  (  )NÃO
H - SALTITAR
Pula baixinho num pé e no outro? (  )SIM  (  )NÃO
I - DANÇAR
Imita por meios de gestos: puxar água do poço, remar, nadar, imitar um barco nas ondas, coqueiros balançando?
(  )SIM  (  )NÃO
J - AUTO-IDENTIFICAÇÃO
Observa-se diante de um espelho, virando de um lado para o outro, para identificar-se em outras posições?  
(   )SIM  (  )NÃO
K - LOCALIZAÇÃO DO CORPO
Localiza as partes básicas do próprio corpo? (cabeça, tronco, membros)  (  )SIM  (  )NÃO
L - ABSTRAÇÃO DO CORPO
Desenha a si mesmo, partes do corpo (mãos, pés, boca, nariz, etc. contornando-as? (  )SIM  (  )NÃO
M - FORÇA MUSCULAR
Empurra objetos pesados com as mãos e os pés? (  )SIM  (  )NÃO
Consegue saltar bem? (  )SIM  (  )NÃO

2.INTEGRAÇÃO SENSORIOMOTORA OU SENSORIOMOTRIZ

A - EQUILÍBRIO E RITMO
Empilha blocos e objetos variados sem deixá-los cair? (  )SIM  (  )NÃO
Bate palma em ritmo da música? (  )SIM  (  )NÃO
B - ORGANIZAÇÃO DO CORPO NO ESPAÇO
Canta canções que falam dos dedos? (polegares, polegares onde estão?) (  )SIM  (  )NÃO
C - DESTREZA E AGILIDADE
Arma quebra-cabeças com precisão? (  )SIM  (  )NÃO
D - DISCRIMINAÇÃO TÁTIL
Identifica os objetos ao tocá-los, sem vê-los? (  )SIM  (  )NÃO
E - SENTIDO DE DIREÇÃO
Passa do lado direito para o esquerdo de uma corda estendida no chão? (  )SIM  (  )NÃO
F - LATERALIDADE
Pinta, desenha e escreve com a mão dominante? (  )SIM  (  )NÃO
Mão dominante: (  )direita   (  )esquerda   (  )ambidestro
Atira objetos em alvos? Mirando com o olho dominante? (  )SIM  (  )NÃO
G - ORIENTAÇÃO DO TEMPO
Consegue encaixar jogos dentro de um tempo estabelecido? (  )SIM  (  )NÃO

3. HABILIDADES PERCEPTIVO-MOTORAS

A - ACUIDADE AUDITIVA
Consegue ouvir o som do tique-taque do relógio? (  )SIM  (  )NÃO
Brinca de telefone sem fio? (  )SIM  (  )NÃO
B - DECODIFICAÇÃO AUDITIVA
Associa símbolos (palavras, números, letras, figuras) com sons? (  )SIM  (  )NÃO
C - ASSOCIAÇÃO AUDIOVERBAL
Conta uma história curta e faz pergunta sobre ela? (  )SIM  (  )NÃO
D - MEMÓRIA AUDITIVA
Conta histórias infantis ouvidas, com as próprias palavras? (  )SIM  (  )NÃO
E - SEQUÊNCIA AUDITIVA
Repete na mesma ordem sequências numéricas?  (  )SIM  (  )NÃO
F - ACUIDADE VISUAL
Descreve objetos colocados a uma certa distância? (  )SIM  (  )NÃO
G - COODERNAÇÃO E ACOMPANHAMENTO VISUAIS
Acompanha com os olhos o movimento de uma bola rolando até que pare? (  )SIM  (  )NÃO
H - DISCRIMINAÇÃO VISUAL DE FORMAS
Identifica as formas geométricas (círculos, cubos, triângulo)? (  )SIM  (  )NÃO
I - DIFERENCIAÇÃO VISUAL DE FIGURA-FUNDO
Reconhece o próprio nome, dentre outros escritos em um papel? (  )SIM  (  )NÃO
J - MEMÓRIA VISUAL
Memoriza as figuras na sequência? (  )SIM  (  )NÃO
K - COODERNAÇÃO MUSCULAR VISOMOTORA FINA
Promove atividades de pintura? (  )SIM  (  )NÃO
l - MANIPULAÇÃO VISOMOTORA DE FORMA E ESPAÇO
Brinca com jogos de encaixe (pinos, ligue-ligue)? (  )SIM  (  )NÃO
M - VELOCIDADE DE APRENDIZAGEM
Consegue realizar tarefas em um tempo menor? (  )SIM  (  )NÃO
N - INTEGRAÇÃO VISOMOTORA
Desenha retratos de si próprio, dos pais, professores etc., respeitando os desenhos rudimentares que aparecerão?
(  )SIM  (  )NÃO

4. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM

A - VOCABULÁRIO
Imita ações: sentar, tocar o nariz, tocar a boca, bater palmas, bater os pés, bate palmas imitando sons de animais?
(  ) SIM    (  )NÃO
B - FLUÊNCIA NA COMUNICAÇÃO
Faz versinhos, cantam cantigas de roda e canções populares com expressividade? (  )SIM  (  )NÃO
C - ARTICULAÇÃO DAS PALAVRAS
Fala frases do tipo: o rato roeu a roda do carro do rei de Roma. com dificuldade ? (  )SIM  (  )NÃO

5. HABILIDADES CONCEITUAIS

A - CONCEITO DE NÚMEROS
Conta os numerais de 1 a 9? Tem noções de em cima, em baixo? Tem noções de medidas? 
(  )SIM  (  )NÃO
B - CLASSIFICAÇÃO E SERIAÇÃO
Agrupa objetos semelhantes quanto a cor, o tamanho, a forma? (  )SIM  (  )NÃO
C - INFORMAÇÃO GERAL
Explora gravuras variadas, fazendo perguntas? Fala de coisas do seu dia a dia? Como animais de estimação, datas comemorativas, família, escola, cidade etc. (  )SIM  (  )NÃO
D - COMPREENSÃO
Consegue compreender as regras de um jogo? (  )SIM  (  )NÃO

6. HABILIDADES SOCIAIS

A - ACEITAÇÕA SOCIAL
Se relaciona com os colegas, familiares ou outras pessoas, tornando-se aceita socialmente? 
(  )SIM  (  )NÃO
B - RESPOSTAS ANTECIPATÓRIAS
Prevê o que poderá acontecer quando não obedece a uma regra? (  )SIM  (  )NÃO
C - JULGAMENTO DE VALOR
Discuti problemas morais extraídos de noticiários, distinguindo o que é certo do que é errado? 
(  )SIM  (  )NÃO
D - MATURIDADE SOCIAL
Tem responsabilidade pessoais e sociais? Como higiene pessoal, meio ambiente, cumprimento com as tarefas escolares e domésticas? (  )SIM  (  )NÃO
E - CRIATIVIDADE
Descobre coisas novas e cria outras?

Bibliografia:

DROUET, Ruth Caribé. Distúrbios da Aprendizagem. São Paulo: Ática, 2003.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Depressão

DEPRESSÃO

            Inúmeras pessoas apresentam os sintomas da depressão mas ainda não se deram conta de que este mal é silencioso, avança vagarosamente levando o indivíduo a um sofrimento psíquico terrível.
No início pode parecer apenas uma tristeza, com uma vontade de chorar constantemente, um desânimo, não querer sair de casa, ir a festas, conversar, não quer ficar em locais onde há aglomeração de pessoas, sente um desejo profundo de ficar só, no quarto e fechado, tem baixo desejo sexual, frequente irritabilidade, sente dificuldade na concentração e em tomar decisões, às vezes, surgem pensamentos de morte (suicídio). Op’s!!!! sinal de alerta! Pode ser uma depressão ou o início dela.
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID10), “nos episódios típicos de cada um dos três graus de depressão: leve, moderado ou grave, o paciente apresenta um rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade. Existe alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de concentração, associadas em geral à fadiga importante, mesmo após um esforço mínimo. Observam-se em geral problemas do sono e diminuição do apetite. Existe quase sempre uma diminuição da autoestima e da autoconfiança e frequentemente ideias de culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas leves”. Mas esta definição é para os “episódios depressivos”, o que se precisa verificar é se o indivíduo “é” ou “está” depressivo momentaneamente por algum acontecimento impactante. É importante buscar ajuda especializada com médico, psicólogo ou psiquiatra o quanto antes para obter o diagnóstico.
Sentimentos como angústia, desesperança, desamparo, cansaço, solidão e sintomas como dores no corpo, dores de cabeça constante, um aperto no peito que parece crescer e virar um bolo na garganta com a sensação de falta de ar, aumento ou diminuição do apetite ou do sono, podem acompanhar a doença. Ela é uma doença como outra qualquer, pode ocorrer em qualquer época da vida e precisa ser tradada rapidamente. Quanto mais cedo o diagnóstico e tratamento adequado, mais rápido o resultado alcançado e menos sofrimento para a pessoa e seus familiares.
A família é um fator muito importante para o tratamento do depressivo pois, sozinho, dificilmente o depressivo consegue sair com rapidez do quadro em que se encontra. Geralmente, os familiares não compreendem o que se passa com a pessoa, acaba pensando que pode ser apenas uma tristeza que logo passará, preguiça, frescura ou que a pessoa não quer melhorar porque não tem iniciativa para sair de tal situação. Mas, a coisa é bem mais séria do que imaginam. O depressivo não consegue ter forças necessárias para sair da crise pois o grau de desesperança é tão grande que acaba por se entregar ao poço sem fundo e obscuro que é a depressão. O que o depressivo necessita é de apoio, atenção, companheirismo, compreensão, alguém que o pegue pela mão e o ajude a caminhar, alguém que o ouça de verdade procurando entender os seus sentimentos e o que se passa em seu cotidiano. Por isso, é importante que a família o acompanhe ao tratamento para que possa compreender um pouco melhor sobre a doença e assim contribuir com a melhora do indivíduo depressivo.
Nos casos mais leves de depressão a psicoterapia pode dar bons resultados. Mas, nos casos mais graves há necessidade de acompanhamento com psiquiatra onde indicará a medicação adequada para cada tipo depressivo. É importante procurar logo ajuda profissional para evitar o agravamento ou evolução da doença.
A depressão pode ser comparada ao poço: fundo, estreito, escuro, pouco ar, isolado, apertado, frio, úmido, fechado. Mas que, se olhado por um outro ângulo, há uma luz na saída e um caminho a seguir. Ou seja, tem tratamento, tem solução. Sozinho é muito difícil. Peça ajuda!


Autora: Leni de Souza Barros (Psicóloga, Psicopedagoga, Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior e em Psicologia do Trânsito, Mestranda em Ciências da Educação). Texto publicado na Revista Êxodo. Ed.01/2015.