segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Políticas Públicas e Educação

Políticas Públicas e Educação

Leni de Souza Barros

A educação remete à figura da escola e a escola é uma instituição social, ou seja, está dentro da sociedade. E tudo o que acontece na sociedade interfere na escola, mas deveria ser o contrário, trabalhar na escola o que se pretende obter em comportamentos na sociedade.
Para tanto, segundo Pablo Gentili (2007), há que se fazer uma ressignificação da educação para vislumbrarmos uma solução às questões da educação para todos. No entanto, é necessário distinguir a educação da escolarização. Pois, letramento não é educação. O que necessita é: a) Formar cidadãos responsáveis. Sendo que ser cidadão implica na relação com a coisa pública, assumindo cada qual com as suas responsabilidades no tocante ao seu papel ativo dentro da sociedade. Atualmente há ideologia de individualização exacerbada que podemos caracterizar como uma formação de idiotas (aqueles que apenas se preocupam com si próprios); b) Formar consumidores inteligentes, capacitados para discernir o que realmente se deve consumir ou que necessita realmente. Pois, os meios de comunicação nos dizem o que devemos comprar, como devemos nos comportar, como devemos amar, exercem uma influência direta sobre o ser humano. c) Formar trabalhadores competitivos capazes de interferir na sua comunidade e sociedade. Mas, o que se percebe é que a teoria é completa e bem elaborada, mas está longe da prática educativa. Em vez de convergir, teoria-prática, se divergem.
Se não entendermos o que se passa na sociedade, seguiremos com a ritualização, que produz, segundo Cristina Coraz e Ignacio Lenkowitz, o que chamam de pedagogia da burrice. A maior parte do aprendizado é 70% social e 30% pedagógico, ou seja, educação e escolarização.
A autora Katarina Tomazeviski (2004) escreve sobre “O assalto à educação”, que é tirar da educação o que é própria da educação, a capacidade de formar seres pensantes e críticos, cidadãos participativos que não se conformam com as desigualdades sociais, com um sistema que culpa a pobreza pelos problemas educativos.
Já o autor Humberto Maturana questiona: O que é a educação? Retrata a educação como uma tarefa central na configuração, formação e sentimento de pertencimento de um país. Faz-nos refletir sobre o tipo de país que queremos, a convivência que queremos, e que direito determina como fazemos a educação como país.
Sem uma política pública não há uma educação que alcance o seu objetivo. As políticas públicas incluem uma multiplicidade de disciplinas, como ciência administrativa ou como gestão. Para entendermos sobre as políticas públicas precisamos falar de “poder fático”, ou seja, o poder de quem impõe a ordem. Representa os empresários comerciais, industriais, que exercem influência no poder político, o que se pode perceber que antes se falava de política que sobrepunha à economia, mas agora é economia que sobrepõe à política, porque a economia é que financia e maneja a política. O que caracteriza uma triste constatação.
De que modo as políticas públicas determinam: a política, as instituições e o Estado? Podemos analisá-los da seguinte forma:
- Como Estado de direito, que pode ser vista como uma ideologia ou liberalismo, ou ainda como garantias individuais de liberdade. Formas de garantir a liberdade do cidadão através do direito, que se manifesta nas leis, caracterizando-se pela formalidade jurídica;
- Como Estado social de direito, que se baseia não apenas na formalidade da lei, mas o Estado deve realmente garantir o cumprimento efetivo dos direitos. Se reconhece que o cidadão tem necessidades materiais que devem ser satisfeitas, não que a lei digam mas está implícito. Por isso existem os subsídios para que as pessoas possam ter o que necessitam (ex. bolsa família).
Podemos entender a política pública como a ciência do Estado em ação, como um meio de transformação da sociedade, para tanto é fundamental ter uma visão política. A palavra política já implica em algo público e, se é público, implica em sociedade, social, para todos. E, redefinir o papel do Estado e da sociedade, devido ao fenômeno da mundialização ou globalização, cuja característica é a incerteza, que causa impacto mundial, como o petróleo e os acordos que afetam o desenvolvimento de cada Estado. Felizmente ou infelizmente, o Estado é um mal necessário devido à organização social política de cada país, é inevitável. Necessitamos do Estado para haver uma regulamentação, organização social e política, que irão interferir em elementos centrais como as políticas públicas. Estas, por sua vez, possuem características como: a) Implicação do governo (a que se compromete o governo, quais suas prioridades, a ideologia do partido). b) Percepção de problemas (como se percebe as questões sociais e porque se consideram problemas. Ex.: a situação de pobreza, não percebe a pobreza como um problema estrutural, alguns pensam que crianças pedindo dinheiro nos sinais de trânsito é normal). c) Definições de objetivos (se deriva da percepção dos problemas, se não identifica os problemas não têm objetivos ou elabora objetivos fora da realidade). De que maneira quero solucionar os problemas. d) Definições de processos (quem iremos atender com as políticas públicas? Programas de assistencialismo).
As Políticas públicas também podem ser o campo do conhecimento que busca analisar a ação do governo, sobre problemas sociais e não sociais, analisar e propor soluções para a sociedade, ou seja, observar o governo em sua ação. Onde tem poucas políticas públicas tem muito problema. É unir sempre o todo e as partes. Importa os grupos, as ideologias, as pessoas, etc. Podemos caracterizá-las como: campo de atividade governamental; propósito geral a ser realizado; situação social desejada; proposta de ação específica; norma para determinada problemática. Tendo como formas do tipo: institucional (secretarias, subsecretarias, setores) quem manda em quem, pois precisa de organização; Decisória (precisa permanentemente tomar decisões que provém de um desejo – do político, das categorias, das comunidades); comportamental (política é um curso de ação e não apenas um decisão singular); e causal, produto de uma ação, e do que não fazemos.
Alguns tipos de políticas públicas: a distributiva, regulatória (que são visíveis ao público), a redistributiva, e a constitutiva (procedimentais).
Os ciclos das políticas públicas podem ser: Agenda (trazer à tona discussões que antes estavam adormecidas, têm coisas que vem para agenda, mas não se tornam políticas públicas. Ex.: armamento, homofobia, pedofilia); Elaboração (elaborar leis que regulamentam tais problemáticas); Formulação (as campanhas para acabar com o analfabetismo no Brasil é um fracasso); Implementação (começa a implementar mas não consegue dar acompanhamento e fazer uma avaliação. Precisa rever o curso de ação); Acompanhamento; e, Avaliação.
As políticas públicas são constrangidas porque depende de fatores de contexto, de suporte, políticos, sociais, econômicos, estrutura de financiamento. São recursos para dar cidadania às camadas mais pobres da população. Enquanto que, políticas sociais, são formais mais ou menos institucionalizadas, tem como base o direito ou os direitos adquiridos e é uma forma mais abrangente de proteção ao cidadão (ex.: carteira assinada, FGTS, direito à saúde); ela promove, protege (ex.: aposentadoria) tem medidas transversais como o papel da mulher na sociedade, a igualdade racial, os idosos, etc.
O contexto mundial do cenário educativo para entender quais as decisões mais importantes tomadas para a educação na América Latina: A educação como uma decisão política. A Educação se caracteriza por quatro processos: 1) A dimensão política: que é uma questão ideológica, modelos de sociedade e de cidadania. Onde a ideologia tem como finalidade um modelo de sociedade, que é formada de várias características, e de pessoas. A política vem antes do pedagógico, porque é na política que se decide sobre o que fazer no âmbito pedagógico; 2) Dimensão epistemológica: conhecimentos disciplinares, pensar no curriculum (caráter científico). Antes, os conhecimentos, de caráter científico, eram renovados a cada 150 anos, depois se passou a cada 50 anos, hoje é a cada 5 anos e, existe uma previsão para 2020, que isto aconteça a cada 73 dias; 3) dimensão pedagógica: Como? Ensinar e avaliar? Essa dimensão pedagógica é que faz a diferença na aula. Quais textos escolares serão utilizados em sala de aula; 4) dimensão da prática educativa: a educação percebida como um direito e não uma inversão, dever da sociedade e direito do Estado.
De acordo com BETANCUR (2008), algumas reformas chave devem ser definidas para haver uma transformação nas reformas educativas, desde a década de 90 na América Latina. São elas: outorgar maior prioridade governamental com o gasto educativo, pelo seu impacto no desenvolvimento econômico e na redução da pobreza; promover a equidade na educação básica (sem discriminação); autonomia financeira das instituições, apoiada em medidas tal como custos compartilhados com a comunidade local.
O Estado tem uma relação com o cidadão para garantir um nível mínimo de vida que está relacionado com alimentação, moradia, saúde, educação, trabalho, etc. Este é o marco do direito social. Mas há as crises do Estado de bem estar: redução dos gastos públicos, onde as principais recomendações do novo gerenciamento público são: finalidade, objetivos, indicadores e efetividade; recursos; competência interna; estilos de gerenciamento; e disciplina no uso dos recursos públicos.
Há que se pensar se: É possível concertar as políticas educativas? Quando intervêm interesses, ideologias, implica-se em consenso, acordo, em negociação. Não existe gestão (isto implica em aplicar os conhecimentos), mas sim governabilidade educativa (com os pais, com os alunos, com os professores que se caracterizam nos distintos atores, assim como os políticos, autoridades educativas, docentes, estudantes, tutores, etc.). Nem sempre as duas dimensões educativas se articulam porque há uma tensão de caráter político e econômico.
A educação pública na América Latina não se caracteriza por um pensamento político ou pedagógico homogêneo, mas sim por distintos processos: congregação religiosa (CR), Estado (E), mixta (CR – E). Em âmbito pedagógico, onde os conteúdos escolares se caraterizavam por um forte contexto religioso, onde o trabalho e a disciplina se sustentavam num credo religioso. Daí a formação de moral urbana que se concretizou como uma conseqüência da negatividade da realidade rural, a educação era destinada apenas para os moradores das cidades e concentrada na elite.
            Assim, podemos concluir que a educação privada não existe. A educação é sempre pública porque tem sempre a figura do Estado regulamentando, impondo suas condições. O que existe são formas de gestão: estatal (pública – oficial) ou privada.
Nos últimos anos aconteceram muitas implementações de políticas públicas educativas, mas estamos longe de atingir um ideal para a realidade educativa brasileira, pois a educação é a base de formação de seres críticos e pensantes para a construção de uma nação forte, sólida e de grande potencial de desenvolvimento humano, profissional e tecnológico. Há, ainda, muito o que se fazer no que tange como saúde para o bem estar de todos; no saneamento básico como prevenção da saúde pública; na moradia, para que ninguém tenha que viver nas ruas, abandonados; na segurança devido ao grande movimento de êxodo rural para os grandes centros populacionais; na criação de políticas públicas de assistência aos dependentes químicos; nas políticas públicas de reforma agrária para uma melhor distribuição das terras; nas políticas públicas que garantem o acesso à educação superior a camada mais pobre da população, e muito mais.
Concordo plenamente com Edgar Morim quando enfatiza que a reforma educativa só terá êxito se houver uma reforma do pensamento. Não há mudanças exteriores quando a mudança tem que acontecer internamente em primeiro lugar. Assim, temos que analisar nossa cultura, o que somos, de onde viemos, o que queremos melhorar, para chegar a alcançar o objetivo fundamental da educação.

Bibliografia:
BETANCUR, Nicolás. Las reformas educativas de los años noventa en Argentina, Chile y Uruguay – Racionalidad Política, Impactos y Legados para la Agenda Actual. Ediciones de la Banda Oriental. Montevideo. 2008.

GENTILI, Pablo. Desencanto y  Utopía – La Educación en el Laberinto de los Nuevos Tiempos. Homo Sapiens Ediciones. Rosario. 2007

ROTH DEUBBEL, André –Noel. Políticas Públicas – Formulación, implementación y evaluación. Cómo elaborar las políticas públicas – Quién decide – Cómo realizarlas – Quién gana o pierde. Ediciones Aurora. Colombia. 2013.

O Neoliberalismo – por Antonio Gasparetto Junior, em
http://pt.scribd.com/doc/11337/Neoliberalismo pesquisa realizada em 17.01.14 – 19:33 hs.

 


TOMASEVSKI, Katarina. El Asalto a la Educación. Ediciones Octaedro. Buenos Aires. 2004.

Modelo de Gestão Educativa

             Modelo de Gestão Educativa

Leni de Souza Barros

Para definirmos um determinado modelo de gestão educativa precisamos, primeiro, ter plenamente esclarecido o que é uma instituição educativa.
A instituição educativa surgiu a partir de uma necessidade do ser humano que, vivendo em sociedade, percebeu-se quão importante eram desenvolver os conhecimentos formais, quanto os conhecimentos informais que são transmitidos pela família, cultura, costumes e o que se obtém através da convivência social. É na instituição educativa que se promove, em grande parte, a investigação, a dialética, os estudos científicos, além de organizar e transmitir os conhecimentos de geração a geração. Sem as instituições educativas o mundo seria mais frio, calculista, com seres mais individualistas, egoístas, solitários, desorganizados e, podendo até, chegar ao caos.
Como instituição educativa, entendo que é um lugar onde fomenta o ensino e a aprendizagem, a busca e a construção do conhecimento, a socialização e interação entre os indivíduos, o desenvolvimento cognitivo, social e psicológico do ser humano, culminando em contribuir para formar uma sociedade mais justa, com cidadãos críticos e pensantes, promovendo a igualdade social, a inclusão, a conscientização e a evolução do ser humano enquanto ser biológico, psicológico, social, apropriando-se cada vez mais das tecnologias à partir das descobertas oriundas da curiosidade e do aprender a fazer.
Na atualidade vemos que é de extrema relevância a manutenção e criação de instituições educativas devido ao grande crescimento populacional, o que exige e impera mais organização, mais conscientização, para vivermos em comunhão na sociedade. Não importa se a instituição educativa é de ordem religiosa, governamental, organização não governamental (ONG) ou privada, todas contribuem para uma evolução de pensamentos e ações que contribuirão para o progresso, compreensão da vida e descobertas de novas tecnologias.
Uma instituição educativa precisa ser administrada não como uma organização comum, pois seu papel é trabalhar com seres humanos, numa transformação contínua de pensares e fazeres que interferem na vida do indivíduo e da sociedade. Assim, o administrador tem que ser também, um gestor, para que não perca o foco da ação educativa e de promoção do conhecimento que se incumbe a instituição.
A seguir, veremos algumas concepções de autores sobre a administração escolar e gestão educativa.
O autor José Carlos Libâneo (2001) concebe a administração escolar de duas maneiras: a primeira, com enfoque científico-racional onde a organização escolar é tomada como uma realidade objetiva, neutra, técnica, que funciona racionalmente, fruto de um positivismo na revolução industrial; portanto, pode ser planejada, organizada, controlada, manipulada, diretiva e excludente. Este é o modelo mais comum onde adotam o organograma, a hierarquia de funções e é visível a centralização das tomadas de decisões. Geralmente, a ordem vem de cima para baixo, e quem está embaixo tem que obedecer.
A segunda maneira com que concebe a administração escolar é aquela que agrega pessoas, ou seja, deixa prevalecer a interação sócio-política. Neste sentido há uma participação ativa de pais, professores, alunos, docentes, discentes e comunidade, numa ação crítica e reflexiva que viabiliza uma gestão democrática na instituição. Portanto, mais humana, exploratória, utilizando de todas as potencialidades e capacidades dos envolvidos na instituição para que todos possam participar ativamente do processo educacional.
Já para Lucia Martínez Aguirre (2012), administração educativa e gestão educativa não são sinônimos. A primeira, tem enfoque financeiro e de serviços, tem como função planificar, desenhar, implementar um sistema eficiente e eficaz para alcançar o objetivo final do ensino-aprendizagem e tem como finalidade responsabilizar-se pelos resultados do sistema. Enquanto o segundo, a gestão educativa, faz prevalecer a união, o gerenciamento participativo, com um único objetivo “a educação”. Para a autora, a administração educativa utiliza um conjunto de recursos orientados para alcançar metas, para concluir tarefas num todo organizacional, metódico e calculista. Neste sentido, verifica-se uma forma burocratizada, objetiva e com foco organizacional o que me parece afastar-se do ponto de vista pedagógico que deve ter uma instituição educativa. No entanto, uma instituição educativa bem administrada tem como potencial um crescimento rápido e sólido devido à seriedade que lhe é empregada. A administração educativa, neste caso, não se envolve nas questões pedagógicas educacionais, mas sim com a contabilidade, consumo, material de subsistência, patrimonial, predial e viabilidade de negócios.
Todavia, não menos importante, é a gestão educativa que compreende a capacidade de administrar, gerir, gerenciar e coordenar pedagogicamente programas, projetos, pessoas (com diferentes ideias, projetos, desejos, expectativas), valorizando o indivíduo, não perdendo de vista o foco ensino-aprendizagem, a missão e a visão institucional. Percebe-se que a gestão educativa abrange todo o funcionamento da instituição e toda a administração dos pólos que mantém o funcionamento global que é uma instituição educativa. Visa a educação, a instituição, o ser humano, as questões financeiras, o patrimônio, mas sempre se levando em conta a participatividade, o companheirismo, a lealdade, a ética, a parceria, a amizade, a função da educação.
Fazendo uma analogia, a instituição educativa é como um corpo humano onde cada órgão necessita de outro para o seu pleno desenvolvimento, onde um não funciona sem o outro. Assim é a instituição educativa, necessita ser administrada (friamente), mas também, gerenciada de forma mais humana e criativa, revendo todas as possibilidades, probabilidades, analisando diariamente suas visões e missões para que todo o grupo possa estar envolvido em seu sucesso. É necessário que o administrador conheça as formas de pensamento e ação de seus subordinados, em decorrência das dimensões culturais que formam a sua personalidade enquanto pessoas e profissionais.
Um bom gestor de uma instituição educativa deve ser alguém que possua características como liderança, coordenação, visão holística, desinibido, estratégico, organização, cultura, criativo, capacidade de relação interpessoal e social, habilidade em administrar seus sentimentos e emoções a favor de seus projetos, ser ético e com consciência moral, prezando pela justiça e visando um bem maior que é o de fazer prevalecer a harmonia e o pleno curso das atividades em andamento na instituição.
Para Lück (2009), ao diretor escolar compete adotar uma orientação voltada para o desempenho das competências desse trabalho. Para ela o primeiro passo é ter uma visão abrangente do seu trabalho e do conjunto de competências necessárias para o pleno desempenho de suas atividades. O profissional da gestão escolar precisa definir uma lista específica de competências para poder avaliar diariamente o seu desempenho, como uma estratégia de automonitoramento e avaliação.
As competências que a autora se refere são de organização que dizem respeito a todas aquelas que tenham por objetivo a qualificação, a delegação, a administração financeira, controle e a retroalimentação do trabalho a ser realizado. Enquanto que as competências de implementação são aquelas desempenhadas com a finalidade de promover, diretamente, mudanças e transformações no contexto escolar e envolvem a gestão democrática e participativa, a gestão de pessoas, a gestão pedagógica, a gestão administrativa, a gestão da cultura escolar e a gestão do cotidiano escolar, com foco direto na promoção da aprendizagem e formação dos alunos, com qualidade social.
De acordo com o Centro Lasallista de Formación (2012) a gestão educativa é dividida em dimensões: dimensão administrativa financeira, organizativa operacional, comunitária, de convivência e dimensão sistêmica. O que demonstra o quanto engloba a especificidade do trabalho do gestor educativo. Há uma visão holística da realidade, ou seja, percebe a realidade como uma totalidade de integração entre o todo e as partes, mas compreendendo diferentemente a dinâmica e os processos dessa integração.
Concluímos que um bom administrador deve ser um bom gestor, assim como o gestor deve ser um bom administrador da instituição educativa, pois as duas funções se integram para que haja um bom desenvolvimento das atividades dentro de uma instituição educativa, visando, principalmente, o ser humano com todas as suas diferenças e qualificações específicas e individualidades que caracterizam o ser como único.
Como doutorandos, concebo está análise de extrema relevância para que nosso futuro seja pautado em ações que privilegiem a ética e a moral, o ser humano, como pessoa, e em sociedade, fazendo da gestão educativa um modo de transformar realidades para um bem comum.

Bibliografia

AGUIRRE, Lucia M. Administración Educativa. Red T. Milleniun. 1ª Ed. 2012.

Gestión y liderazgo en educación, Centro Lasallista de Formación. Diplomado: Liderazgo en la Institución Educativa Lasallista. Y en: pesquisa en 09.01.14, http://www.slideshare.net/omarhrojas/gestion-escolar

LIBÂNEO, José Carlos. “O sistema de organização e gestão da escola” In: LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola - teoria e prática. 4ª ed. Goiânia: Alternativa, 2001.

Lück, Heloísa. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo, 2009.

Instituição Educativa, Administração e Gestão Educativa

Instituição Educativa, Administração e Gestão Educativa

 Leni de Souza Barros

A conceitualização dos termos Instituição Educativa, Administração e Gestão Educativa nos auxiliam na compreensão da função do doutorando que, por sua vez, irá atuar em instituições educativas, na função de gestor educativo, mas com tarefas, também, em administrar. Para tanto, faz-se necessário diferenciar estes termos.
Como instituição educativa, entendo como um lugar onde fomenta o ensino e a aprendizagem, a busca e a construção do conhecimento, a socialização e interação entre os indivíduos, o desenvolvimento social e psicológico do ser humano, culminando em contribuir para formar uma sociedade mais justa, com cidadãos críticos e pensantes, promovendo a igualdade social, a inclusão, a conscientização e a evolução do ser humano enquanto ser biológico, psicológico, social, apropriando-se cada vez mais das tecnologias à partir das descobertas oriundas da curiosidade e do aprender a fazer.
A instituição educativa surgiu a partir de uma necessidade do ser humano que, vivendo em sociedade, percebeu-se quão importante eram desenvolver os conhecimentos formais, quanto os conhecimentos informais que são transmitidos pela família, cultura, costumes e o que se obtém através da convivência social. É nela que se promove, em grande parte, a investigação, a dialética, os estudos científicos, além de organizar e transmitir os conhecimentos de geração a geração. Sem as instituições educativas o mundo seria mais frio, calculista, com seres mais individualistas, egoístas e solitários.
Na atualidade vemos que é de extrema relevância a manutenção e criação de instituições educativas devido ao grande crescimento populacional, o que exige e impera mais organização, mais conscientização, para vivermos em comunhão na sociedade. Não importa se a instituição educativa é de ordem religiosa, governamental, organização não governamental (ONG) ou privada, todas contribuem para uma evolução de pensamentos e ações que contribuirão para o progresso, compreensão da vida e descobertas de novas tecnologias.
Tomamos como exemplo algumas instituições educativas religiosas como Escola Adventista e PUC Pontifícia Universidade Católica, que apesar de cunho religioso buscam promover a educação, o ensino e a aprendizagem.
Toda instituição educativa necessita de uma administração, pois não acontecerá um bom desenvolvimento se não houver planejamento, implementação de estratégias para alcançar os objetivos almejados. Assim como, administrar os recursos necessários para a manutenção da instituição educativa e buscar melhorias tanto humanas, como tecnológicas e/ou funcionais, também é necessário uma gestão administrativa, que engloba todas as funções da administração.
Para a autora Lucia Martínez Aguirre (2012) a administração educativa utiliza um conjunto de recursos orientados para alcançar metas, para concluir tarefas num todo organizacional. Neste sentido, verifica-se uma forma burocratizada, objetiva e com foco organizacional o que me parece afastar-se do ponto de vista pedagógico que deve ter uma instituição educativa. No entanto, uma instituição educativa bem administrada tem como potencial um crescimento rápido e sólido devido à seriedade como é empregada. Como exemplo, a Faculdade UNEOURO, em Ouro Preto do Oeste/RO, que há poucos anos iniciou seus trabalhos com apenas um curso (com 10 alunos) e hoje conta com 5 cursos e quase mil alunos, um sucesso de administração.
Todavia, não menos importante, é a gestão educativa que compreende a capacidade de administrar, gerir, gerenciar e coordenar pedagogicamente programas, projetos, pessoas, não perdendo de vista o foco ensino-aprendizagem, a missão e a visão institucional. Percebe-se que a gestão educativa abrange todo o funcionamento da instituição e toda a administração dos pólos que mantém o funcionamento global que é uma instituição educativa.
Fazendo uma analogia, a instituição educativa é como um corpo humano onde cada órgão necessita de outro para o seu pleno desenvolvimento, onde um não funciona sem o outro.
Um bom gestor de uma instituição educativa deve ser alguém que possua características como liderança, coordenação, visão holística, desinibido, estratégico, organização, cultura, criativo, capacidade de relação interpessoal e social, habilidade em administrar seus sentimentos e emoções a favor de seus projetos, ser ético e com consciência moral, prezando pela justiça e visando um bem maior que é o de fazer prevalecer a harmonia e o pleno curso das atividades em andamento na instituição.
De acordo com o Centro Lasallista de Formación a gestão educativa é dividida em dimensões: dimensão administrativa financeira, organizativa operacional, comunitária, de convivência e dimensão sistêmica. O que demonstra o quanto engloba a especificidade do trabalho do gestor educativo.
Um administrador deve ser um bom gestor, assim como o gestor deve ser um bom administrador da instituição educativa.

Bibliografia

Aguirre, Lucia M. Administración Educativa. Red T. Milleniun. 1ª Ed. 2012.


Gestión y liderazgo en educación, Centro Lasallista de Formación. Diplomado: Liderazgo en la Institución Educativa Lasallista. Y en http://www.slideshare.net/omarhrojas/gestion-escolar